Até o grupo Globo voltou a falar no Second Life, mas, de uma forma menos entusiasta que antigamente. No passado a emissora de televisão da empresa lançou até mesmo novelas e programas no mundo 3D, em ilhas movimentadas por brasileiros. Atualmente não mantém mais nenhum espaço oficial ativo.
Origem: O Globo
RIO - Pouco se ouve falar no Second Life (SL), mas o fato de ele ter desaparecido da mídia não significa que morreu nem que está desabitado.
O SL continua funcionando e recebendo atualizações. Só não é mais aquela febre mundial de anos atrás. Criado em 2003, o Second Life ganhou atenção mundial como o primeiro grande "metaverso" - um universo virtual bem estruturado e sustentável.
Recebeu filiais de grandes corporações, foi palco de shows de bandas de fama internacional e nações reais nele estabeleceram embaixadas. Com características próprias, tais como moeda (L$, o dólar Linden), fuso horário, regras de etiqueta e especulação imobiliária, o SL ocupou as páginas da mídia a partir de 2006. E o fim de 2007 foi seu apogeu. Daí por diante começou a perder espaço no noticiário.
Mas o SL vai bem, obrigado. Em novembro, o sistema ainda tinha 21,3 milhões de contas registradas, muito embora não existam números confiáveis com relação à utilização consistente a longo prazo. No blog oficial do SL é relatado um aumento de 110% no volume de vendas de mercadorias no metaverso no último ano (bit.ly/SL_economia).
Ilha da Educação: uma boa sacada
Uma das aplicações atuais mais comuns do SL é no setor educacional. Luis Paulo Vieira Braga é professor no Departamento de Métodos Estatísticos, da UFRJ. Há três anos se envolveu com ensino a distância, mas foi no SL que encontrou uma via de interatividade que até então não havia experimentado com outras ferramentas.
Em uma de suas recentes experiências, Braga ofereceu um curso gratuito de Análise Exploratória na Ilha da Educação, uma instalação virtual do Portal da Educação, organização dedicada ao treinamento e instrução a distância.
- O futuro é virtual, tanto nos cursos a distância como nos cursos presenciais, enquanto fator de motivação e envolvimento para as novas gerações de alunos, usuários de celulares de última geração e praticantes de jogos eletrônicos altamente sofisticados - diz.
Entre as grandes corporações, que no início viam o SL como uma potencial mina de ouro, uma das últimas a seguir ativa é a IBM. Mas mesmo ela mudou significativamente seu uso dessa ferramenta.
"A IBM utiliza esse ambiente principalmente para pesquisas relativas à internet 3D e à educação virtual "
- Hoje, a IBM utiliza esse ambiente principalmente para pesquisas relativas à internet 3D e à educação virtual, além da realização de alguns eventos e treinamentos - diz o gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, Cezar Taurion.
A Fundação Getúlio Vargas também chegou a avaliar uma participação no SL, na época do auge do site.
- Em 2008, começamos a nos interessar pelo SL, pois víamos empresas brasileiras marcando presença naquele ambiente. Algumas universidades também entraram no universo virtual, sendo a PUC-Rio uma das mais fortes no SL - conta Marcos Henrique Facó, superintendente de comunicação e marketing da FGV.
- Mas ficamos nos questionando sobre a real utilidade de todo aquele aparato nas áreas de marketing, acadêmica e comercial. A FGV fez uma pesquisa de monitoramento do SL, para ver o que se passava nos ambientes empresariais já estabelecidos no mundo virtual.
- Ao final desse trabalho, percebemos que a visitação era baixa. Notamos também que algumas empresas investiam no SL só interessadas na mídia espontânea que isso poderia gerar nos veículos convencionais - complementa Marcos.
- E não era isso que a Fundação queria. Assim, decidimos não investir nada no SL. Primeiro a diversão, depois o desestímulo gradual Ainda há muitos usuários domésticos em plena atividade no SL. Contudo, alguns se desestimularam, como é o caso de Aline Carneiro, que foi usuária regular do SL entre 2007 e 2009.
Passava entre duas e três horas por dia on-line. Ela se afastou do mundo virtual, primeiro por conflitos que lá experimentou, mas, sobretudo porque no último ano se casou e teve um filho, hoje com 4 meses.
- Hoje me dedico muito mais à minha vida real - explica Aline. - Não que eu antes considerasse o SL perda de tempo. Eu me divertia muito, conheci pessoas muito interessantes e fiz até amigos com quem, mesmo depois de afastada, faço questão de manter contato via Facebook.
" Apesar dos artigos apocalípticos da mídia, o Second Life continua com uma intensidade de frequentadores muito grande "
Outra habitante do SL, carioca, de 38 anos, prefere ser conhecida apenas por seu avatar: Lilithy Chaplin. Ela ainda usa o SL, não só como entretenimento, mas também como fonte de renda. Já trabalhou em empresas que investiram em projetos lá dentro.
- Apesar dos artigos apocalípticos da mídia, o SL continua com uma intensidade de frequentadores muito grande. No início de 2010 houve um aumento de residentes brasileiros, chegando a haver quatro portais de nascimento para brasileiros com média de 50 nascimentos por dia - relata Lilithy.
- Creio que está havendo uma rotatividade maior. Mas mesmo assim nota-se o retorno de muitos veteranos. Exemplo de pequeno empresário que já atuou no SL, Rodrigo Bastos fundou em 2007 uma empresa para desenvolvimento e manutenção de ambientes 3D, bem como de análise e execução de projetos em mídias sociais.
- Tivemos clientes como Bradesco, Fiat, Data Sul, Bumbum Ipanema, Sky, Reserva, Senac Rio e Rádio Mix FM. Ele diz que, no exterior, o SL continua em crescimento, tanto em usuários como em sua economia, que movimenta milhões de dólares por dia.
- Já no Brasil, a mídia transformou o SL em um game - complementa.
- Com isso, perdeu-se em parte a qualidade principal do ambiente, que era a de ser um local imersivo 3D. Rodrigo observa que o SL teve melhorias. Sua nova versão do navegador traz vídeos e Flash rodando dentro do metaverso sem que se precise usar códigos de programação.
- A estabilidade continua melhorando, e a compra de L$ (Linden dólares) já suporta diversas moedas.
Nos vemos no Second Life!!!
Jean Liberato
Editor
www.mundolinden.net
"Second Life Fácil"
sábado, 25 de dezembro de 2010
E o Second Life? Anda sumido, mas ainda vive
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Um comentário:
Eu acredito ainda no futuro do SL, acho que não morreu apenas deu uma esfriada. O que é necessário é que uma empresa de posses assuma a plataforma Ex. Google e coloque o projeto para frente. Falta publicidade em cima. A ideia está na nossa frente uma nova forma de navegar na internet, mais as pessoas estão fazendo de GAME, casinha, vampirinho RPG. Os próprios brasileiros cujos eles que ganhavam dinheiro com sl tiveram que migrar para o RPG, por que não viam mais saída para faturar. Acabando não faturando mais nada e deixando morrer tudo no Brasil. Na minha opinião os culpados somos nos mesmos que não levamos em consideração o fato de uma nova internet e não um novo GAME! Estão jogando fora uma plataforma que tem futuro.
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