quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Second Life: de novo?



Uma figura que nunca gostou do Second Life, escreveu um artigo até que interessante, sobre o SL e mundos virtuais. O professor Silvio Meira (particularmente não compartilho suas ideias acerca dos mundos virtuais e principalmente acerca do Second Life) é para mim um dos maiores expoentes daquilo que classifico como os "profetas do apocalipse". Mas como sou democrático reproduzo aqui suas palavras, até que interessantes sobre o Second Life. Apesar de ser um crítico voraz, ele enxerga um momento de "ressurgimento" possível, no cenário mundial, para o maior mundo virtual 3D já construído (atualmente com mais de 25 milhões de contas e 1.5 milhões de residentes ativos ao mês e uma economia interna "simulada" que movimenta mais de US$1 milhão ao dia).


Por: Silvio Meira

Evento chamado Humanity+Comunity, ocorrido em 15 de setembro, no Second Life,
com mais de 80 participantes, na sala de conferências.

dias destes, passando por uma das minhas leituras, encontro novas sobre um seminário no second life. faz tempo que não passo lá. e nem lembrava mais do second life; pra mim, poderia ter fechado sem dar notícia e eu nem teria notado. aliás, esqueci completamente quem eu era, por lá. não sei nem o meu "sobrenome" no mundo virtual. vou ver se redescubro isso e procuro alguma vida no lugar.
independentemente de usuários infiéis como eu, há gente usando a coisa, como os 80 avatares que estiveram no seminário mostrado abaixo, que está relatado neste link.

se você quiser saber como um destes eventos se desenrola do seu lado da tela [imaginando que você nunca esteve no second life quando estava na moda] clique na imagem abaixo, gravação de parte do evento acima:




Caso o vídeo não funcione clique aqui.

second life foi lançado em junho de 2003. datando a abertura de facebook em 2006, second life começou a tentar ser "a" rede social para onde todo mundo iria em 3AF, terceiro ano antes de facebook. e não tentava pouco: há quase uma década, queria ser a "realidade virtual" onde haveria pessoas, instituições, marcas, produtos, serviços, mercado, dinheiro e bancos. houve falências e tudo! pense também em casas, prédios, eventos, shows, o diabo a quatro aqui do mundo "real". um lugar onde –em última análise- seria possível uma imersão tão intensa a ponto de se tornar uma extensão [ou mais] da vida "real" aqui fora.
trata-se de um caso quase clássico de tecnologia muito sofisticada antes da janela de oportunidade. o cliente que você tinha que trazer para seu PC [em 2003] não chegava nunca. não havia rede. e, instalado, era tão pesado que tomava todo seu hardware [lembre-se, 2003...] e, ainda assim, a experiência não era lá estas coisas. mas muita gente apostou muito. uma empresa brasileira criou o primeiro "país" no mundo virtual [a "mainland brazil"] em 1DF. me lembro da discussão à época… e não apontava pra "mainland" ou companhia sobrevivendo no médio prazo. e parece que foi o que aconteceu.
philip rosedale, um dos criadores de second life, ainda não desistiu. na palestra abaixo, apesar de falar de second life quase sempre no passado, ele aponta pra coisas interessantes que podem vir de realidades virtuais online. e second life não morreu: tem mais de 10 milhões de usuários e lucrou US$100 milhões em 2010. e está diversificando para games.



Caso o vídeo não funcione clique aqui.

e a atividade ao redor de espaços virtuais como second life não cessou. um monte de gente está apostando em plataformas como openSym, inclusive universidades e escolas interessadas em exercitar a ideia de campi virtual, onde gente do mundo inteiro pode participar das atividades de aprendizado sem "ir" fisicamente até um local qualquer.
lá em 2003, não havia rede e hardware para um second life dar certo e assumir um papel que tivesse a escala que faceBook tem, hoje. em 10DF, talvez o próprio faceBook apareça com funcionalidades que possibilitem o que second life tentou entregar e não conseguiu, dentro das expectativas de benefício e custos esperadas pelos potenciais usuários.
daqui até lá [ou depois] vamos ver um monte de experimentos interessantes, como usar openSym para diminuir deslocamentos de alto custo [tô dentro!]e, talvez, exercitar os modelos de negócio da próxima geração de realidades virtuais, uma possível "third" life…



Nota do Editor do blog MundoLinden.Net: apesar de ser uma grande autoridade acadêmica na área de Tecnologia da Informação, o professor Silvio Meira demonstra desconhecimento sobre o que ocorre nos mundos virtuais. A começar pela falha ao descrever o projeto OpenSIM como OpensYm (com a letra "Y"), não é esta a grafia correta, pois, o termo "SIM" é a forma contraída de SIMULATOR.

OPEN = código aberto ou open source + SIM = simulador ou simulator. 


Não sou um pesquisador acadêmico, mas talvez seja o principal investigador acerca do Second Life no Brasil, desde 2007. Portanto tenho um conhecimento prático e a vivencia necessária para debater de igual para igual com o Silvio Meira, sobre este tema em particular.



Para ele, então hoje em dia Internet resume-se ao Facebook, pois, existem desenvolvimentos AF e DF (antes do Facebook e depois do Facebook). Mas não nos esqueçamos que este mesmo professor já usou a grafia aG e dG (antes do Google e Depois do Google)!

Em tecnologia o desenvolvimento é muito rápido, portanto não é seguro usar referências como estas que o professor Silvio Meira utiliza. Prefiro me basear nas datas e nas eras, portanto o SL para mim é algo desenvolvido no início de nosso século e agora entrando em sua segunda década, será um sistema mais viável, devido a maior capacidade de processamento dos computadores pessoais da atualidade e ao alto nível de desenvolvimento da plataforma de simulação 3D.


Em relação a "usabilidade" do Second Life, ele novamente volta a sua raiz "profeta do apocalipse" e declara a "morte" do SL e o salvador das plataformas educacionais que utilizavam ou utilizariam o SL como meio de interatividade 3D, pode ser o Facebook (será?????). Ele recebe "jabá" do Mark Zuckerberg? Hummmm sei lá! rs rs rs


Mas, concordo com ele quando diz que o custo operacional do Second Life, é inviável para implementar projetos de ensino e interatividade à distância. Mesmo para grandes empresas ou instituições de ensino. E novamente concordo com ele quando aponta para o OpenSimulator como uma solução mais viável e menos onerosa financeiramente.

Finalizando, pontuo o que ele diz em relação ao Facebook ser um possível desenvolvedor de solução para aquilo que o Second Life se propôs e não entregou. Discordo totalmente do Meira, pois, a proposta inicial do Philip Rosedale era construir um mundo virtual 3D, onde pessoas colaborassem entre si na criação e no desenvolvimento do mesmo.

O objetivo principal do Second Life foi atingido! O Second Life nunca foi projetado para ser uma rede social gigante, esta necessidade surgiu com o tempo, para manter-se vivo e financeiramente viável. 

O SL realmente precisa massificar, mas, nenhuma outra empresa de tecnologia detém a capacidade tecnológica de desenvolvimento da Linden Lab aplicada no Second Life, ou seja, para mim é ainda possível um novo "boom" para a plataforma "Web 3D", principalmente se uma empresa gigante da tecnologia (Google, Microsoft, IBM, etc) adquirir a Linden Lab futuramente, por conta de seu know how e da possibilidade de inserir o Second Life como um padrão 3D para a web e mobile.


Quando isso vai ocorrer? Não sei, não sou um profeta, nem do apocalipse, muito menos da futurologia, mas que vai acontecer, ahhhhh isso vai!

;-)


Nos vemos no Second Life!!!

Jean Liberato
Editor

Origem: www.mundolinden.net
"Second Life Fácil"

2 comentários:

Mirella Lima disse...

Concordo, e aguardo por isso ansiosamente :)

Ricardo disse...

Sabe o problema de pessoas assim como o Silvio que fazem tais comentários sobre o Second Life, assim como as empresas, principalmente do meio publicitário que entraram lá e abandonou seus projetos?

Eles não tem conhecimento técnico ou tentaram entender como o Second Life funciona e como os usuários que la estão interagem com a plataforma. No caso da empresas tentaram aplicar lá as mesmas fórmulas que estão acostumadas a usar no mundo real, sem antes estudarem as necessidades dos residentes. Resultado disso tudo foi ilhas de marcas famosas vazias, pois de nada oferecia aos residentes ou acrescentavam no que eles queriam, e empresas abandonando seus projetos la dentro.

Quem prosperou la dentro foram em sua maioria os próprios usuários que se dedicaram em conhecer a ferramenta e conhecer as necessidades dos outros usuários.

Da mesma forma que o Silvio faz, comparando o Second Life ao Facebook, a mídia despreparada na época do BOOM vendeu o SL como uma rede social 3D, uma visão completamente errada, o SL não é uma simples rede social, apesar da interação social que la existe é algo muito maior.

É um erro tremendo comparar o Second Life com Facebook, pois os usuários de cada plataforma tem interesses distintos, assim como comparar com Orkut, MSN.