
"Os mundos virtuais oferecem grandes possibilidades educacionais, porque podemos construir o ambiente mais adequado para determinado público aprender melhor", defende Djalma Valois Filho, coordenador de operações do ITI e idealizador do projeto. Ele conta que o instituto, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, também vai disponibilizar cursos técnicos de agronomia para pequenos produtores rurais. "Se para ohomem do campo o ambiente ideal de aprendizado é uma grande fazenda, com milharal e professores debaixo da árvore, criaremos esse mundo."
Para Valois, os mundos virtuais não atrapalham os relacionamentos reais. "Na verdade, a tendência é que você amplie suas relações com outras pessoas. É importante lembrar que, por trás de cada avatar, há um ser humano", diz. Ele afirma, ainda, que os monitores dos cursos terão acompanhamento psicológico para saber lidar com a realidade virtual.
Embora reconheçam as múltiplas possibilidades da educação nos mundos virtuais, os especialistas defendem que a tecnologia deve ser apenas uma ferramenta a mais ou, no máximo, utilizada para cursos já tradicionalmente a distância, como graduações e extensões. Já em relação à educação básica, eles garantem que nada substitui o contato pessoal.
"A educação tem múltiplas funções e uma delas é a socialização. Isso nunca vai ser substituído", diz o especialista em gestão educacional Maurício Garcia, proprietário de uma empresa que criaambientes virtuais para sistemas de ensino. "O Second Life deve ser usado como mais uma ferramenta", concorda o americano Nicholas Cop, presidente de uma empresa de consultoria internacional especializada no tema.
Autor de um livro sobre educação no Second Life, João Mattos diz que, nos Estados Unidos, as high schools (correspondentes ao ensino médio no Brasil) têm feito experiências mistas, de oferecer aulas presenciais complementadas por atividades virtuais, principalmente na área de ciências. A tendência já tem até nome: blended learning (aprendizado misto).
Fonte: Diário de Pernambuco.