quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Entrevista com o novo Presidente (CEO) da Linden Lab

Amigos (as) do MundoLinden.Net, hoje temos a tradução da entrevista exclusiva com o novo CEO da Linden Lab (empresa dona do Second Life), Rod Humble, concedida ao blog New World Notes (NWN), ontem.

Tradução livre e adaptação por Jean Liberato "Lindman".


Wagner James Au, editor do blog NWN, conversou com Rod em seu escritório, na sede da Linden Lab em S. Francisco, Califórnia. Tiveram uma longa conversa sobre o Second Life, mundo virtual que a partir de agora depende muito dele.

Humble junta-se ao Second Life, para suceder Philip Rosedale, criador do SL e primeiro CEO da Linden Lab e após a ele, Mark Kingdon, que saiu da empresa em outubro passado. O novo CEO chega com a missão de pensar em como o SL deve ser, para continuar vivo e forte num futuro muito próximo.

Os objetivos imediatos de Rod Humble são bastante humildes, como por exemplo, melhorar a experiência de residente para os novos usuários e melhorar a qualidade do serviço, reduzindo o lag (lentidão no processamento) e desenvolvendo os viewers (programas de acesso), para os residentes mais antigos.

Para quem acredita em uma versão móvel ou iPad do Second Life, Humble segere que será necessário esperar um pouco mais. E para aqueles que acreditam que a Linden Lab precisa mudar o seu modelo de negócios, porque é insustentável e não deve crescer mais, Humble não dá pistas do que pode ser modificado em curto tempo.

Acompanhe as resposta do executivo (ex-Vice Presidente da Eletronic Arts) que comanda o time de pessoas, que torna possível existir o maior mundo virtual em 3D da Internet:

Como Rod Humble conheceu e interessou-se pelo Second Life? E por que aceitou ser seu presidente (CEO)?

"Eu sempre soube sobre ele... É uma daquelas coisas que entram na consciência geral das pessoas que participam de qualquer tipo de entretenimento interativo e mundos virtuais.

Então no ano passado, recrutadores executivos (head hunters) da Linden Lab me contactaram e eu não tinha ideia de como o Second Life era uma poderosa ferramenta de desenvolvimento criativo. Quando percebi isso, tomei minha decisão.

Para sair da Eletronic Arts, eu precisava de um grande desafio. A Eletronic Arts é uma grande empresa, mas eu trabalhei lá por mais tempo do que nas outras empresas que passei. Quando vi esta possibilidade (de assumir a Linden) ... parecia o desafio certo."

O que Rod Humble pode trazer de melhor para o Second Life?

"Posso agregar um maior valor, pois, trabalhei em outras empresas de tecnologia ... Facilidade de uso e acessibilidade são, obviamente, muito importantes. Na EA meu chefe me perguntava sempre: "como podemos fazer a interatividade para um game agradável?" Nos esforçamos muito, apenas para que as pessoas pudessem ser atraídas pelos games. Eu acho que o Second Life é quase o inverso ... pessoas que são bem confortáveis com o uso de computadores ficam totalmente frustradas (ao tentar usá-lo). Então temos que trabalhar em cima da seguinte questão: "Como podemos ter certeza que a porta está aberta? As pessoas estão entrando e se divertindo?"

Qual será a estrategia global para o crescimento do Second Life no próximo ano?

"Os nossos clientes precisam ter certeza que eles terão o atendimento que merecem ter, o lag também é um grande problema. Para os novos residentes estamos estudando maneiras diferentes de fazer o SL ser mais fácil de acessar, e isso será bom para todos. Nossa equipe está analisando todos os tipos de planos e soluções para alcançar essa meta, mas ainda não decidiu sobre uma estrategia em particular."

Avatar ao estilo "Senador Romano" de Rod Humble. No SL chamado Rodvik Linden.

E quais seriam as mudanças que teremos com certeza neste ano?

"Para residentes mais antigos, de longa data, a Linden Lab vai resolver de imediato o problema do lag e dos canais de atendimento ao cliente. Com o serviço de atendimento ao cliente, eu recebo um relatório diário, com uma lista de solicitações pendentes, que está diminuindo. Quanto ao lag, já estamos em fase de testes no servidor beta, que devem trazer algumas melhoras em breve."

O nome "Second Life" é um problema? Está prejudicando o crescimento?

"Se eu dissesse a você que existe um lugar onde você pode ser quem quiser, pode jogar, ouvir música, ver vídeos, assistir e participar de jogos de RPG, criar moda, realizar uma mostra de negócios, você provavelmente diria que estou louco...

Eu não acho que a oferta em si é desinteressante... ao longo do tempo, a percepção do Second Life mudou muito, e a Linden Lab vendeu o seu produto de diversas formas, como plataforma de negócios, como um lugar apenas para adultos, como um jogo e nós ainda o modificaremos... É na verdade, mais uma ferramenta onde você pode fazer o que bem quiser. Com o tempo, esta percepção negativa que o nome traz irá mudar à medida em que fizermos a coisa certa.

Quando se trata de nomes e percepções como essa, eu acredito que tudo pode mudar com o tempo... Ainda me lembro quando o Wii foi anunciado (era motivo de piadas)... então logo após seu lançamento, deixou todos boquiabertos. Com o The Sims, no início, as pessoas diziam: "para que eu quero entrar em um jogo e ficar fazendo xixi?", então o game tornou-se um grande sucesso no mercado. Portanto, não acho que o nome "Second Life" seja uma âncora e esteja prejudicando.

Você acha que as pessoas vão entrar no Second Life e criar seus residentes por muitos anos ainda?

"Eu acho que as pessoas no período de um ano vão desejar entrar no Second Life, porque eles sabem que poderão ser quem quiserem ser... e podem ficar juntas, relacionando-se. É possível conhecer gente interessante e podem ainda ter o seu próprio lar virtual... isso é mais que suficiente para atrair novos residentes."

O modelo de receita do Second Life é sustentável?

"Eu acho que sim. Acho muito inovador este modelo de negócio e a possibilidade dos clientes (residentes) poderem desenvolver negócios rentáveis com os outros é realmente o grande segredo. Quando se trata do modelo em si, baseado nas taxas de terras/regiões/ilhas, acredito que devemos desenvolver necessidades para que as pessoas usem estes terrenos. Não desejo modificar radicalmente este modelo, porque entendo a questão dos custos envolvidos. Gostaria de agregar mais valor ao Second Life, para as pessoas que o usam, os proprietários de terrenos e todos mais."

Fale algo sobre a integração do Second Life com o Facebook.

"É uma ideia interessante, mas... Acho que temos que ter cuidado. É necessário sempre colocar controles de privacidade nas mãos dos nossos clientes. Além disso pode ser algo muito poderoso, mas a prioridade número um é os nossos residentes poderem controlar a sua privacidade".

Quão importante é a implantação do SL para plataformas iOS (mobile, iPhone, tablets, Android, etc) e quando vamos ver isso?

"Quero descobrir como interagem no Second Life (e seus viewers) antes de ir para outras plataformas. Não podemos colocar o carro na frente dos bois. No entanto, fazer um SL para o iPAD é um dos nossos objetivos a longo prazo.

O Second Life não é um sistema que está afastado de toda essa tecnologia de tendências importante, como Mobile, redes sociais e controles de movimentos (Wii e Kinect)?

"A sociedade e o mundo vão crescer muito ainda, todas estas coisas são interessantes para serem integradas ao Second Life. O difícil é conseguir ter capacidade para interagir de forma intuitiva com o mundo todo. Os maiores sucessos da mídia social são baseadas na facilidade de uso.

Não acho que o Second Life será visto como algo chato, estamos de fato em um bom momento."

Em relação as regiões que tinham desconto (e foram cancelados os benefícios) nos custos e eram destinadas aos educadores, qual será o incentivo para os educadores ficarem no SL?

"Eu diria que, espero oferecer um serviço de melhor qualidade aos clientes, com melhor base em nossos serviços (usabilidade e parte técnica), isso em si já será um incentivo para nossos clientes permanecerem. O Second Life quanto ferramenta já é mágico o suficiente para reter as pessoas dentro do seu mundo virtual."

Você acredita que a base de usuários ativos irá crescer este ano? Quanto?

"Sim acredito, mas não estou certo quanto. Meu objetivo é de milhões e milhões de usuários, enquanto ao mesmo tempo, desejamos manter nosso atuais clientes, sendo estes bem atendidos. Existem várias coisas para resolver, mas a prioridade e melhorar a atenção aos nossos atuais clientes."

Entrevista original, publicada em inglês pelo jornalista Wagner James Au, no blog New World Notes.

Nos vemos no Second Life!!!

Jean Liberato
Editor

www.mundolinden.net
"Second Life Fácil"