sexta-feira, 23 de abril de 2010

Como não fazer negócios no Second life

O pessoal da ilha Portucallis está de parabéns, pois, através de sua academia desenvolve debates sobre temas importantes, focados na imersão e na simulação oferecidas pelo Second Life. Desta vez ofereceram um curso excelente, para quem deseja empreender no mundo virtual. Republico aqui no Brasil a postagem do blog deles, junto com a apresentação de slides preparada pela Gwyneth, que fala por si só. Pena eu não ter assistido a palestra.

Fonte: Portucallis

Esta foi a temática do mini-curso dado pela Gwyneth Llewelyn na Academia Portucalis nos dias 19 e 22 de Abril, conforme previsto no calendário de Abril. A abordagem ao mundo dos negócios no SL não poderia ter sido melhor. Todos aprendemos muito e pensamos na complexidade com que o assunto se coloca hoje em dia no SL, num contexto e realidade bem diferentes do que se passava há 3 anos ou mais.

A Gwyneth disponibilizou o slide show apresentado nestas sessões. É esse link que aqui venho deixar:
Quem esteve presente nas duas aulas saberá o que a Gwyneth disse, desenvolveu, comentou …. Quem não esteve presente pode perceber o que foi explicado.

Obrigada Gwy!

Aproveitamos o post para informar que, no dia 28 de Abril, pelas 17h (GMT) a Gwyneth fará uma comunicação subordinada ao tema “Premium Contents” no âmbito da B2P 2010 Spring Leadership in Business Conference.

Opinião do editor do MundoLinden.Net

Para finalizar, deixo a minha opinião pessoal, quanto investidor no SL. Alguns sabem que sou um dos brasileiros criadores/investidores que acreditam no desenvolvimento interno de conteúdo e bens virtuais. Como fruto desse pensamento tive várias vitórias em empreendimentos virtuais, dentre elas destaco o jogo MMORPG "The Destiny" (atualmente com mais de 6.000 jogadores ativos "in SL") e a criação e desenvolvimento de várias marcas voltadas para o segmento de aparência dos avatares, desde skins e shapes, à roupas e acessórios.

A Gwy está coberta de razão. Certíssima em afirmar que "não existe almoço grátis"! Sem um projeto sério, sem foco e principalmente sem comprometimento, o que for feito dará errado. Nenhum projeto, seja ele virtual, seja real, funcionará sem atenção a estes pontos e estará fadado ao fracasso. Vimos muitos projetos fracassados no SL, principalmente aqueles que foram orientados por pseudo-especialistas das agências de publicidade, que depois de errarem iniciaram uma campanha difamatória dizendo que o SL havia morrido. Não morreu, continua crescendo e tem um mercado que movimenta mais de US$1,5 milhão ao dia. Quem souber aproveitar com seriedade este mercado, terá êxito.

Costumo resumir esta ideia dizendo que: "os empreendedores nos mundos virtuais, não podem brincar de casinha"!

Nos vemos no Second Life!!!

Jean Liberato
Editor

www.mundolinden.net
"Second Life Fácil"

Força Aérea Portuguesa treina pilotos e controladores no Second Life

A Força Aérea Portuguesa vai utilizar o mundo virtual Second Life para formar controladores aéreos e criar simuladores para intervenções técnicas em motores de caças F-16, através de uma investigação que está em desenvolvimento pela Universidade de Vila Real.

Fonte: Pcgaming

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Força Aérea Portuguesa assinaram recentemente um protocolo de cooperação com vista à investigação tecnológica e desenvolvimento sobre o uso de mundos virtuais para formação profissional.

Fonte da academia disse que a instituição transmontana realiza investigação há quatro anos no Second Life, dispondo de uma equipe de dez investigadores que trabalha sobre este mundo em três dimensões.

Neste momento, a UTAD tem em curso projectos de investigação em colaboração com mais de 20 instituições nacionais e internacionais, entre as quais a Força Aérea Portuguesa, a Portugal Telecom Inovação ou a Federação Portuguesa de Andebol.

Em Março, a universidade começou a investigação para a Força Aérea, estando a preparar dois projectos que envolvem cinco alunos das licenciaturas em Informática e em Tecnologias de Informação e Comunicação, dois alunos do Mestrado em Informática e três docentes, investigadores do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD).

Segundo da UTAD, um dos projetos diz respeito à formação em controle de tráfego aéreo em aeroportos, para utilização pelo Centro de Formação Técnica e Militar da Força Aérea, na Base Aérea da Ota.

O objetivo é promover metodologias e ferramentas de ensino à distância.

Outro foco de investigação está relacionado com o desenvolvimento de simuladores multi-utilizador para intervenções técnicas com motores de aviões F-16, para apoio à formação contínua na Base Aérea N.º 5 de Monte Real.

“A ideia é que antes dos formandos irem ter a formação na OTA ou Monte Real possam ter trabalho ou tarefas simuladas nestas duas situações”, explicou o investigador da UTAD Leonel Morgado.

Em colaboração com dos treinadores da Federação Portuguesa de Andebol, a UTAD está também a trabalhar na formação de treinadores de andebol com equipas de avatares automatizados.

O objectivo, segundo Leonel Morgado, é permitir a um formador de treinadores definir jogadas e depois, durante uma aula virtual, solicitar a reprodução das mesmas a equipas de avatares andebolistas.

Na universidade estão em clonclusão trabalhos de investigação doutoral para melhorar o ensino da programação de computadores por recurso ao Second Life e identificar requisitos e propor soluções que permitam que crianças e professores do 1º ciclo do ensino básico possam utilizar mundos virtuais para desenvolverem conceitos de empreendedorismo.

O GECAD, que possui um pólo na UTAD, é uma das principais unidades de investigação portuguesas em inteligência artificial, sistemas baseados em conhecimento e sistemas de apoio à decisão e a maior unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Nos vemos no Second Life!!!

Jean Liberato
Editor

www.mundolinden.net
"Second Life Fácil"

Second Life: Nunca te vi, sempre te desprezei?

Publicarei hoje esta excelente postagem, que recebemos autorização para reproduzir aqui no MundoLinden.net; escrita pelo professor Romero Tori, Docente e pesquisador da Escola Politécnica da USP e do Centro Universitário Senac. Sua pesquisa tem foco nas tecnologias interativas aplicadas à educação; interfaces interativas 3D; design de informação; realidade virtual; realidade aumentada e games. Leiam blog do professor Romero, clique aqui.

Não posso afirmar que não tenha preconceitos. Se o fizesse poderia ter esse sofisma desmascarado por algum de meus alunos que prestaram atenção a minhas aulas de lógica. Não ter ideias pré-concebidas sobre nada teria como condição necessária que se conhecesse tudo, daí a contradição que comprovaria o sofisma.

Ok, a semântica da afirmação "não tenho preconceitos", desde que não levada ao "pé da lógica", pode ser interpretada como "não tenho o hábito de utilizar minhas idéias pré concebidas para tomar decisões, emitir opiniões e, principalmente, julgar". Mas era esse mesmo o sentido que empreguei em minha primeira frase.

Hei, espere. Por favor continue lendo em vez de parar para colocar um comentário criticando minha falta de ética. O Prof Romero, assim como, espero, deve ser a totalidade de meus colegas professores, é ético e não deixa que seus eventuais preconceitos influenciem suas decisões e julgamentos quando esses envolvem qualquer impacto sobre seres vivos, instituições, meio-ambiente etc.

Mas todos nós temos aqueles preconceitos, digamos assim, "benignos". Eu, por exemplo, não gosto de filmes do gênero "comédia romântica". E continuo não gostando, apesar de ter tido o azar de precisar admitir que os filmes desse gênero que minha esposa e filha me "obrigaram" a assistir até me agradaram. Mas certamente porque elas se esforçam em escolher filmes muito bons, só para ver se eu mudo de opinião ;-). Por isso sempre que elas vão à locadora peço que tragam um "filme daquele tipo de que eu não gosto" ;-)).

Agora que você já deve ter se lembrado de alguns dos "preconceitos benignos" que carrega vou entrar no assunto que motivou-me a fazer esse longo preâmbulo. Será que nós professores podemos nos dar o direito de ter "preconceitos benignos"? Quando nossos filhos e alunos se recusam a experimentar algo, alegando não gostar daquilo, os chamamos à atenção: "como alguém pode dizer que não gosta de algo que nunca experimentou?".

Bem, talvez aqui também não possamos radicalizar. Alguns "preconceitos benignos" devem ser resultantes de nossa evolução. Não sei porque não gosto de comida que cheira mal, mas não vou experimentar para saber... ;-)). O problema é que muitas das convicções que desenvolvemos sobre novidades tecnológicas ou de comportamento são construídas sobre contextos ou paradigmas antigos. Ou pior, sobre "ouvir dizer". Nós professores precisamos estar constantemente nos atualizando, o que implica também a atualização dos paradigmas e contextos com os quais trabalhamos.

Então, que tal seguirmos o conselho que damos a nossos filhos e alunos e pelo menos experimentarmos as novidades antes de criticá-las? Façamos um teste rápido. Das seguintes novidades, algumas nem tão novas assim, quantas você já teve a curiosidade de experimentar (e esses são apenas alguns dos principais serviços hoje disponíveis)? Videogames, Orkut, Facebook, Linkedin, Ning, Delicious, Youtube, Blogger, Google Earth, Google Maps, Google Docs, Google Livros, Google Acadêmico, Bing, Bing Maps, Microsoft Virtual Earth 3D, Flickr, Picasa, Second Life, Twinity, Twitter, Buzz, Wikipedia.

Bem, Wikipedia, Google Maps e Youtube quase todos já experimentaram. Mas você já tentou gerar conteúdos para esses ambientes? Difícil? Nada. Puro preconceito. Brevemente colocarei um post especificamente para discutir o potencial de aplicação didática dos serviços disponíveis na chamada Web 2.0. E o melhor é que é tudo de graça, ou quase!

Hoje vou encerrar falando de uma das "vítimas" atuais do preconceito de muitos educadores: o Second Life (SL). Um dos principais representantes dos ambientes virtuais 3D online, o SL é discriminado ao mesmo tempo por aqueles que não gostam de jogos digitais e pelos gamers, que afirmam que SL "não é jogo".

Há aproximadamente dois anos houve uma euforia em torno do SL aqui no Brasil. Puro preconceito também, ainda que aparentemente fosse a favor do SL. Muitos empresários e "marqueteiros", sem que tivessem experimentado viver uma "segunda vida", acharam que tinham descoberto uma mina de ouro. Todos, ainda bem, já abandonaram seus negócios no SL.

Esse "estouro da bolha" foi mais um fator a contribuir para o aumento do preconceito negativo contra o SL. Já perdi a conta de quantas vezes precisei responder a perguntas do tipo "Por que o SL não deu certo na educação?" ou "Com a decadência do SL, qual o próximo modismo?".

Não, o SL não acabou. Há também milhares de iniciativas bem sucedidas de uso do SL na educação. Quando a onda do SL começou no Brasil eu já pesquisava há muito tempo a aplicação de ambientes virtuais 3D na educação. Já em 1994 eu publicava um artigo discutindo o potencial dos ambientes interativos 3D. Continuo pesquisando esses ambientes, incluindo o SL, até hoje.

Pesquisadores não são famosos pela rapidez e agilidade, ao contrário de empresários e marqueteiros oportunistas. Pesquisa trabalha com conceitos, não com preconceitos ou modismos. Não tenho como prever se o SL perdurará. Mas pelo que já aprendi com minhas pesquisas tenho convicção de que os ambientes 3D online possuem um futuro garantido e muito potencial a ser explorado na educação.

Convido-os a assistir a mesa redonda "O que aconteceu com os mundos virtuais?", que acontecerá no próximo E-learning Brasil e da qual participarei, juntamente com as professoras Neli Maria Mengalli e Renata Aquino. Enquanto isso sugiro a quem ainda não experimentou ter um avatar que o faça. Depois coloque aqui suas impressões e/ou leve-as para discutir conosco durante a mesa.

Ah sim, você ainda não se motivou a experimentar? Então leia os seguintes depoimentos de alunos meus, um da disciplina "Usos das novas tecnologias em cursos online" do curso de pós-graduação lato-sensu "Design Instrucional" do Senac-SP e outro da disciplina de pós-graduação PCS 5757 da Escola Politécnica da USP.

Essas declarações foram emitidas espontaneamente e são exemplos significativos do que a maioria dos educadores sente ao vivenciar pela primeira vez a experiência de um encontro com colegas nesse instigante ambiente. Ambas as reuniões foram conduzidas pela Andrea Correa Silva, que desenvolve pesquisa sobre o uso do SL na educação no Centro Universitário Senac e no Interlab da USP.

Depoimento 1: "Foi muito divertido!!! Aprendi muito!"

Depoimento 2: "...gostaria de agradecer a oportunidade de conhecer e explorar o SL com a ajuda de voces. Eu tinha uma visão totalmente diferente do que era possivel se realizar dentro do SL e fiquei muito surpreso com a riqueza de interatividade oferecida, pretendo até me aprofundar nos próximos dias conhecendo melhor os aspectos que vocês citaram..."

Para finalizar, seguem algumas referências para quem quiser se aprofundar no assunto "Second Life na educação".

Carlos Valente, Joao Augusto Mattar Neto; Second Life e Web 2.0 na Educaçao; Novatec Editora; 280p.

Sloodle Project (União dos ambiente Second Life e Moodle)

Não-ficção científica: Bailenson e os avatares na vida real (entrevista para o Jornal "O Estado de São Paulo")

A J Kelton: Director of Emerging Instructional Technology for the College of Humanities and Social Sciences at Montclair State University in New Jersey; possui importantes publicações sobre SL na Educação

Nos vemos no Second Life!!!

Jean Liberato
Editor

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"Second Life Fácil"