quinta-feira, 6 de março de 2008

Marketeiros recomendam uso do Second Life aos políticos de Portugal

Debate apontou metas, regras e o uso de novas tecnologias para o marketing eleitoral.

António Cunha Vaz, que tem sido o responsável pelo marketing político da atual liderança do PSD, aconselhou ontem Luís Filipe Menezes (foto) a tentar as novas tecnologias para atrair os eleitores. E disse mais: "Qualquer partido de oposição devia ter um 'Second Life' para mostrar aos portugueses como faria se fosse Governo." Esta foi uma das novidades de um debate entre Cunha Vaz e o ex-ministro Jorge Coelho realizado na Universidade Lusíada, em Lisboa, na última quinta-feira.

Houve muito mais convergência do que divergências entre os dois participantes neste debate, moderado por Francisco Almeida Leite, do DN. Coelho sublinhou que as agências de comunicação são hoje essenciais no marketing político. Veterano de mais de vinte campanhas, o ex-ministro considerou irrepetíveis os tempos em que "tudo era feito sem pés nem cabeça, a partir de uns palpites". E narrou a sua experiência como observador em duas campanhas de Tony Blair, mencionando os princípios básicos de marketing adoptados pelo anterior chefe do governo britânico. Eis três deles: "Exagerar no anúncio das políticas para obter melhor cobertura mediática", "Nunca anunciar uma medida que não possa ser anunciada mais duas ou três vezes" e "abandonar uma política que seja mal recebida pela opinião pública". Não faltaram sorrisos do público presente no auditório da universidade. Sorrisos que redobraram quando Coelho - também sorridente - garantiu não haver correspondência entre estes princípios e a actual realidade portuguesa...

A maior divergência surgiu no capítulo do financiamento das campanhas. Coelho defende o financiamento público, enquanto Cunha Vaz admite o privado. E o ex-ministro concorda com o alargamento de prazos que medeiam entre o exercício de um cargo governativo e uma função privada numa área anteriormente tutelada por esse responsável. "A imagem dos políticos está muito degradada", reconheceu.

Origem: Diário de Notícias.

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