segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Banidos do Second Life, banqueiros estão migrando para a plataforma OpenSim

Grids não oficiais já experimentam um aporte monetário nunca antes visto, possibilitando em breve um grande salto de crescimento. "Rejeitados" prometem criar um grid maior que o próprio Second Life da Linden.

Há cerca de um mês, Steve Smith, do BCX Bank, teve que encerrar suas operações no Second Life por conta da proibição de atividades bancárias não oficiais impostas pela Linden Lab. Só que ele não desistiu de trabalhar com mundos virtuais. Smith acaba de adquirir 11 ilhas pelo Central Grid, um dos grids não-oficiais SL baseados na plataforma OpenSim, que cresce rapidamente. No Central Grid, ele espera retomar a expansão de seu "império financeiro" de uma forma nunca antes permitida no Second Life. Não só prometendo remuneração de juros aos depósitos dos residentes, como a emissão de sua própria moeda, semelhante ao Linden Dólar, ainda não confirmada e com o nome de "Central Grid Dólar" (CG$).

"A proibição nos obrigou a reavaliar conceitos e acelerar um pouco as nossas metas", disse Smith em reportagem à Reuters. Ele não dá detalhes do seu plano de trabalho, mas sabe-se que a BCX pretende abrir a venda da sua moeda "CG$" para todas as economias e mercados mundiais do mundo virtual interessados, além de legalizá-la no órgão regulador financeiro americano (Fed). "Ao contrário da Linden, não vamos emitir dinheiro extra, a não ser que o governo dos EUA nos permita".

No primeiro semestre de 2007, o Second Life experimentou uma explosão de crescimento de usuários, atraídos pelo conceito libertário do "Seu Mundo, Sua Imaginação". Porém, este sucesso atraiu o olhar crítico de meios de comunicação e dos governos do mundo real, alertando e sugerindo sanções à Linden Lab, caso esta não tomasse o controle da jogatina, da pedofilia e das atividades financeiras não-regulamentadas, proporcionalmente crescentes. Entre os residentes "de bem" do Second Life, aumentou a preocupação com estas questões éticas e com as suas finanças, principalmente depois da quebra da "Ginko Financial", que provocou um grande impacto no crescimento do SL, em marcha lenta desde então.

Para os antigos bancos do Second Life, o OpenSim oferece uma forma de permanecer no mercado virtual financeiro, sem necessitar da aprovação (agora prévia) da Linden Lab. Smith, por exemplo, também planeja a compra de ilhas no também crescente OpenLife Grid. Parece, inclusive, que um concorrente dele, BNT Financial, estará se mudando para o OpenSim nas próximas semanas.

Apesar de ser visto com absoluta desconfiança por especialistas, o investimento pesado que Smith está fazendo, no Central Grid, representa uma grande vitória para os grids não-oficiais OpenSim. Desde Dezembro do ano passado, o "CG" já se expandiu para 320 regiões (ilhas), afirma Cathy Morantz, gestor do grid, que é baseado no estado de Nevada, EUA. Tanto no Central Grid como no metaverso da Linden, Morantz pode ser solicitado pelo seu avatar Maltos Sosa. O CG iniciou suas atividades comerciais como nos primórdios do Second Life, ou seja, sem regulamentação de condutas. Contudo, Morantz informa que cassinos são permitidos apenas se hospedados em locais com jurisdição autorizada, como Las Vegas e Atlantic City. Nestes casos, empresários americanos da jogatina são bem vindos. "Para nós, o Central Grid é visto mais como um serviço de hospedagem e um mecanismo de busca", afirmou o gestor do CG.

Entretanto, este "mecanismo de busca" pode não funcionar. O OpenSim e seus grids não-oficiais rodam em uma nova tecnologia, um tanto quanto obsoleta se comparada ao Second Life atual. Os movimentos dos avatares são imperfeitos e imprecisos. A função de "busca" está completamente não-funcional. O sistema de inventários é tão 'crua' que não se pode (ainda) transportar objetos entre regiões, além de não ser possível também enviar objetos para outros avatares, anulando por enquanto o fator comercial, que tornou o Second Life um sucesso. Morantz disse ter investido US$ 12.000 dólares, não incluindo salário de programadores, na sua 'startup'. Mas diz também já ter tido uma receita mensal até agora de US$ 18.000. Modesto, mas interessante para quem começou a cerca de 3 meses, do zero.


Mundos virtuais baseados em OpenSim, como o Central Grid, permitem que usuários hospedem suas ilhas em seus próprios computadores e notebooks. O Central fornece serviços de 'agregação' destas ilhas ao seu servidor central (gestor), o que inclui arquitetura de rede e serviço central de inventário, permitindo aos avatares trafegarem com seus conteúdos entre as ilhas de outros colegas no mesmo grid. O Central também hospeda ilhas em servidores particulares, alugando seu uso pelo mesmo método comercial da Linden Lab, mas em taxas bem inferiores se comparadas aos padrões do Second Life original.

"Deixem milhares de mundos virtuais explodirem"

Este é o mantra repetido pelo time do OpenSim, desenvolvedores amadores que, comparados aos adeptos do Linux, se esforçam diariamente para aperfeiçoar as funcionalidades da sua plataforma. Uma de suas vantagens é que o OpenSim foi criado tendo em vista a "interoperabilidade" entre os mundos virtuais, um acordo que a Linden Lab e a IBM firmaram, em Outubro, com o intuito de conectar os vários metaversos existentes. E isso incluiria o próprio OpenSim. Esta plataforma foi criada com base nos códigos-fonte do Second Life liberados no ano passado. Enquanto a maioria trabalhava neles para conceber outros navegadores e formas próprias de acessibilidade, um grupo de programadores, através de métodos de engenharia reversa, descobriram como recriar os códigos dos simuladores, na linguagem C#, criando assim a primeira versão de um servidor local.

"O OpenSim não significa exatamente 'clonar' o Second Life", afirma Adam Frisby (conhecido por Adam Zaius no SL), um dos 'gurus' do OpenSim. "Partilhamos uma grande quantidade de recursos originais do Second Life e recomendamos o uso do navegador oficial. A nossa meta, porém, é ampliar de forma mais generalizada a hospedagem da nossa plataforma 3D, para que todos tenham acesso à tecnologia e nos auxiliem em suas melhorias. É uma democratização plena do conceito de mundos virtuais", conclui.

Melhor ou pior que o original, o OpenSim experimentará um grande crescimento em 2008, empurrado pelo apoio daqueles investidores que agora são 'mal-vistos' pela Linden Lab. Steve Smith, da BCX Bank, encontrou uma oportunidade de escapar do 'limbo' mercadológico para se tornar um investidor de tecnologia de vanguarda. "Novas adesões ao conceito são a nossa meta principal no momento", disse ele.

O Mundo Linden criou um fórum oficial de discussão sobre OpenSim no Orkut. Participe!
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=44839152

Escrito por Eric Krangel, para Reuters.


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Um comentário:

Anônimo disse...

Esse central grid vai ser o maior ouro dos tolos , o negocio nem começou direito e ja tao ai os bancos querendo roubar o povo denovo , e os atravessadores tambem

So "pseudo empresas" com nome sujo e queimado tao fazendo negocio la