sexta-feira, 14 de março de 2008

Philip Rosedale não será mais o CEO da Linden Lab

O principal executivo da Linden e idealizador do universo Second Life, Philip Rosedale, disse hoje internamente, que está procurando no mercado um novo CEO (Chefe do Escritório Executivo), com um perfil mais operacional e visão estratégica externa.

Rosedale irá manter-se como presidente da companhia, substituindo o atual Mitch Kapor, quando seu sucessor chegar. Mitch continuará sendo membro do comitê de acionistas que compõe o maior grupo de investidores da empresa. Bem como, manterá o papel de estrategista e de desenvolvimento de novos produtos.

"Este é o trabalho da minha vida", disse Rosedale à Reuters em uma entrevista. "Não vou para qualquer lugar. E ainda tenho tempo para desenvolver o projeto, talvez pelo resto da minha vida."

Second Life passa pelo momento de menor crescimento, depois de sua rápida expansão. O substituto de Rosedale terá a difícil tarefa de recuperar o crescimento da base de novos usuários e tentar mantê-los tão apaixonados quanto os primeiros participantes.

A mudança de um visionário fundador de uma companhia tecnológica com grande sucesso em suas operações em pouco de tempo de existência, remete a exemplos como eBay, Google ou You Tube. Estudos da Harvard Business Review, demonstram que 50% dos fundadores de companhias de tecnologia com grande resultado em seu início, deixaram de ser CEO após três anos, 40% permaneceu por quatro anos e menos de 25% levaram suas empresas para bolsas através de IPOs (lançamentos públicos de ações). Rosedale, fundou a Linden Lab em 1999, após sair da função de diretor de tecnologia da RealNetworks (Real Player).

"Não está acontecendo nenhuma crise. Todos sabiam que um dia ele (Rosedale) deixaria de ser o CEO da Linden Lab”, disse Mitch, completando que a mudança de gestão não é um sinal de venda da empresa ou da abertura da empresa através de uma oferta pública de ações, no entanto, diz que um IPO, seria também uma opção interessante.

"Este sempre foi nosso projeto a longo prazo, uma empresa inicialmente promissora precisa pensar no futuro e planejar este. Em algum momento, torna-se oportuno levar a decisão a público, mas não há pressa para isso ", disse ele.

De hype a empresa estagnada

O novo CEO da Linden Lab tem como missão reavivar o crescimento que fez do Second Life um fenômeno.

O mundo virtual continua crescendo e a quantidade de horas utilizadas também. Mas a taxas são menores que no final de 2006 e início de 2007, quando uma onda de atenção trouxe novos usuários em massa ao Second Life. Marcas famosas incluindo Reuters, IBM, Bradesco, Fiat iniciaram suas atividades no Metaverso SL neste momento.

Mais de 12 milhões de contas foram criadas desde que o SL foi lançado, embora a maioria não esteja mais ativa, existem cerca de 500.000 usuários muito ativos no mundo atualmente.

Mês-a-mês o índice de novos usuários cresce, mas não chega ao pico de quase 50% em Outubro de 2006. Na verdade o índice caiu para 4,6% em Janeiro de 2008, segundo dados oficiais da Linden Lab recentemente disponibilizados.

Considerado um fenômeno o Second Life tem e sempre teve problemas para manter ativos os novos usuários. Isso pode ser resultado da dificuldade em utilizar o sistema, tornar a plataforma mais fácil para novatos é uma meta, que poderá ser desenvolvida em conjunto entre Rosedale e o novo CEO.

"Estamos à procura de alguém que tenha experiência e também uma paixão por este tipo de desafio, dirigir uma empresa desenvolvedora de software/plataforma, que pode atender poucos ou até milhões de pessoas, que é onde queremos chegar”, disse ele.

Uma cultura corporativa única

O novo chefe da Linden Lab terá também que equilibrar a necessidade de uma gestão mais eficiente com a cultura moderna da empresa e uma estrutura descentralizada. O pessoal da Linden pode escolher em quais projetos quer trabalhar e os bônus são distribuídos para todos através de um sistema chamado "Love Machine", que permite que cada grupo de colaboradores seja beneficiado diretamente pelas tarefas entregues em seu desenvolvimento.

O novo CEO também terá de reconquistar os entusiastas do Second Life e saber como trabalhar em conjunto o público formado por pessoas já experientes, que constroem e desenvolvem recursos para o sistema livremente, e ainda, motivar integrar e desenvolver a necessidade de utilização, para incentivar a permanência dos novos usuários.

Foi contratada uma consultoria experiente para encontrar o novo CEO e o processo pode levar pouco tempo, ou muitos meses. Não existe prazo para isso, pois esperam encontrar a pessoa ideal para esta função. Mas certamente, o principal fator de contratação será o entusiasmo do novo executivo com o mundo virtual criado por Rosedale.

Origem: Reuters.
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