No final de Outubro, The Multiverse Network anunciou o lançamento de um projeto que criará mais dois mundos virtuais, para juntar a outras trinta, já em desenvolvimento, usando as ferramentas da empresa. As iniciativas lhe renderam o apelido de "construtores de universos".
A iniciativa Worlds in Progress, dinamizada pela Multiverse, para criação de uma rede de mundos virtuais, tem mais dois projetos que revelam as características e a flexibilidade da Multiverse Plataform, que serve de elo entre todas as propostas.
Um mundo com uma vertente educativa, Lunar Quest, desenvolvido pela Retro Labs, e um tradicional MMOG (Massive Multiplayer Online Game), Force of Arms, da Wardog Studios, são os novos nomes em uma lista que reúne propostas tão distintas, como uma recriação da Inglaterra dos tempos da Rainha Vitória, universos para aprendizagem acelerada de funcionários de empresas, gestão de colônias humanas em Marte, ou mesmo jogos de Role-Playing Game online, algo que parece ser uma tendência atual do mercado.
Para Tim Quest, designer da Retro Labs, o uso da tecnologia Multiverse explica-se pelo fato do programa oferecer "as características, funcionalidade e performance de que a nossa equipe necessita para criar o Lunar Quest. A plataforma permite-nos conciliar aspectos tradicionais dos jogos com um mundo virtual inovador, concebido para seduzir os estudantes e fazer com que eles participem no processo educativo".
Jogo para estudar
Lunar Quest, que usa elementos de design dos anos 50, está sendo estruturado para educar os jogadores num mundo divertido, com uma forte componente social. Inclui pequenos jogos em flash que ensinam os estudantes sobre física, ciências e matemática. A combinação de elementos de um MMOG com os jogos em flash suporta a experimentação acadêmica, permitindo aos programadores modificarem o estímulo pedagógico que os estudantes devem receber. Dentro deste mundo, os jogadores atuam como cadetes da LCA (Lunar Colonization Authority), com a missão de prepararem a colonização da Lua. O programa está sendo desenvolvido pela Retro Labs, da Universidade Central da Florida, com recursos financeiros da Fundação Nacional para a Ciência,... americana, é claro.
O segundo programa desta nova fornada é um jogo tradicional. Force of Arms (foto) coloca o jogador num mundo futurista, com robôs de combate, em uma recriação moderna dos "velhos" Mechs da FASA, que a Activision lançou para o mercado e a Microsoft manteve vivos durante algum tempo.
"Pais" do Netscape
Corey Bridges, co-fundador e produtor executivo da Multiverse, afirma que continua "impressionado com os esforços de muitos dos nossos clientes indie", os independentes que cedo souberam aproveitar a distribuição gratuita das ferramentas de criação de mundos virtuais, adiantando que "apreciar como o leque de idéias ganhou forma tão rapidamente é um sinal seguro de que estamos pavimentando o caminho para uma significativa inovação desta indústria".
Apesar de alguns dos projetos não serem ainda mais do que boas intenções no papel, a verdade é que a rede Multiverse Network vem ganhando consistência, formando uma real alternativa ao Second Life e a outros mundos virtuais. E pela sua construção em torno de uma tecnologia única, permitindo que um usuário salte de um para outro mundo sem necessitar de baixar novos pacotes de software, para cada mundo distinto. Afinal, aquilo que a indústria aponta como necessário: um padrão que facilite o acesso de mais e mais usuários.
Desde que foi anunciado em Julho de 2004, o projeto Multiverse já reuniu mais de 11 mil equipes de programadores, que mostraram interesse na ferramenta grátis, permitindo criar mundos virtuais. O negócio da Multiverse é simples: cobram uma percentagem de dez por cento do lucro bruto sobre mundos virtuais criados com a ferramenta.
Formada por uma equipe que reúne veteranos da Internet, que desenvolveram o Netscape e as plataformas hoje usadas por milhões de pessoas, e que tem ainda ramificações no mundo dos videogames, a Multiverse nasceu para oferecer aos produtores independentes uma plataforma capaz de mudar a forma de desenvolvimento dos mundos virtuais, dando-lhes ferramentas de elevada qualidade para criarem MMOG, e mundos virtuais, por menos dinheiro e em menos tempo do que até agora era possível. O que, afinal, os transforma em "construtores de universos".
Escrito por José Antunes, do Expresso Clix.
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