segunda-feira, 17 de março de 2008

Gravadoras e independentes prosseguem investindo no Second Life

O Duran Duran podem nunca ter cumprido a promessa de viver em uma ilha do Second Life e oferecer concertos aos residentes. Mas o Iron Maiden, os Ramones e muitos outros já lá estão. As lendas do rock chegaram ao metaverso. Mesmo que em t-shirts virtuais. E não é só isso.

Claro como água. Os concertos que lembram Woodstock e outros festivais, as reuniões hippies ou as concentrações de solidariedade apontaram sempre nesse sentido: o rock devia estar presente no Second Life. E se o U2 nunca entrou a sério, apesar dos fãs da banda terem recriado um concerto dos irlandeses, a banda "Journey" comprou uma ilha, recentemente, e se instalou com armas e bagagens, mostrando todos os seus álbuns, as curiosidades e cenários que nos remetem para alguns dos velhos LPs, com aqueles imensos folhetos interiores, que permitiam ter fotos, textos das canções e mil outras coisas para ler, enquanto se escutava a música.

A Sony BMG criou um espaço especial para mostrar alguns dos seus artistas

A loja do rock

A ilha do Journey no Second Life é ainda o biblioteca das biografias de todos os membros que passarem pela banda, um lugar para apreciar os vídeos, escutar diversos temas e o lugar para alguns concertos "ao vivo", no palco criado especialmente para esse fim.

A decisão do grupo em fazer qualquer coisa importante dentro do Second Life não é, aparentemente, um caso único. Mesmo se as propostas são distintas, como acontece com a entrada recente de bandas como o Iron Maiden, Cradle of Filth ou mesmo os Ramones, no mundo virtual. Chegam não através da música, mas em t-shirts, que podem ser adquiridas para uso no mundo virtual ou, a partir dali, compradas para se vestir no mundo real. Ou em ambos.

Slipknot, Trivium, Bullet for my Valentine, Kings of Leon, Nickelback, StoneSour, Avenged Sevenfold, Funeral for a Friend, HIM, e as bandas já citadas acima preenchem este espaço, o Rock Vault, onde se é recebido por esqueletos e um táxi, formado por uma caveira e vértebras, nos leva às lojas virtuais de cada uma das bandas. O projeto foi desenvolvido pela The Sine Wave Company para a Bravado, a divisão de merchandising do Universal Music Group.

"Esta é uma excelente forma dbraos apreciadores das bandas verem e experimentarem os produtos que divulgam a imagem de cada um dos grupos" diz Mark Stacey, da Bravado. "Não só podem ter uma fantástica t-shirt, para o seu avatar, como podem ver tudo o que existe na loja virtual e comprar versões reais nas lojas dos artistas."

Para Rohan Freeman, presidente da The Sine Wave Company, a ilha é um lugar "que pretendemos tornar num espaço de reuniões da comunidade. Além de um pólo de desenvolvimento criativo de novos produtos para as bandas, pretendemos encorajá-las a virem até aqui falar com pessoas e, talvez, realizar alguns concertos ao vivo."

Anos 70 de volta

Todos os gêneros musicais estão hoje presentes no Second Life, seja através de concertos de intérpretes, mais ou menos conhecidos, seja através das muitas rádios que fazem "streaming" para dentro do metaverso. E existem mesmo clubes onde se pode escutar jazz, hip-hop, techno, blues... tudo o que se imagine. As pessoas se agrupam por preferências e é fácil fazer uma lista de locais para visitar, que oferecem exclusivamente o tipo de música que se pretende. Até os grupos de rock sinfônico e psicodélico, como o Yes, o Genesis (na fase Peter Gabriel) ou o Pink Floyd (fase Roger Waters) reuniram fãs, que continuam a cultivar aquele período da história, como se estivesse congelado no tempo.

A Sony BMG é um dos grupos do mercado fonográfico com maior presença dentro do Second Life. A ilha que possuem no Second Life reúne, em uma estrutura de aspecto futurista, artistas como Ben Folds, Justin Timberlake, Christina Aguilera, Bow Wow, Audioslave, Outkast, DMX e Cheyenne Kimball. Videoclipes, t-shirts e um leque de outros produtos, além de links para a web 2D são a regra do espaço que a gravadora criou para mostrar alguns dos seus artistas.

Apesar de tudo isso, o destino mais interessante até ao momento continua a ser o do grupo Journey, que soube traçar na sua ilha uma viagem interessante pela história que escreveu no rock progressivo, desde o começo dos anos 70. E para os saudosistas resta estar atento às listagens dos concertos no Second Life. Um grupo de avatares saudosos de outros tempos recriou bandas 'cover' do Pink Floyd (com Roger Waters), AC/DC, ELO, Fleetwood Mac, Queen, Rolling Stones, dentre outras. Quase se pode dizer que o melhor da música mundial está no mundo virtual.

Escrito por José Antunes, para o Expresso Clix.
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