quinta-feira, 15 de março de 2007

Second life atrai atenção de sociólogos

Especialista diz que mundo virtual não é 'segunda vida', mas exploração de potenciais. Mundo virtual formaria indivíduos conscientes e reflexivos.


O universo virtual do Second Life, o jogo virtual onde quatro milhões de pessoas se reinventam na aparência física de um avatar, despertou o interesse dos sociólogos. Para eles, o programa permite romper com os padrões tradicionais da personalidade e criar indivíduos reflexivos e conscientes de sua própria personalidade.

"O Second Life colocou os usuários no epicentro de suas próprias vidas e do mundo, fazendo com que estes intervenham em todos os níveis da rede e assumam o controle. São reis de seu pequeno universo", afirma Laurence Allard, socióloga da universidade francesa Lille 3 e especialista em ciências da comunicação.

Como na vida real, o comportamento dos avatares reproduz os hábitos do ser humano: seus indivíduos se reúnem em grupos, tomam decisões, estabelecem hierarquias, se apaixonam e sofrem as conseqüências de seus atos. A diferença está que o mundo virtual convida a "refletir" antes de atuar, pensar "no que alguém quer ou pode ser", o que permite "ir muito mais longe" e formar personalidades capazes de controlar sua própria maneira de ser, observa Allard.

No universo virtual, os avatares não contam com muitas das técnicas de comunicação e interação inerentes ao ser humano, como gestos e olhares. Assim, precisam buscar outras formas de se relacionar com os demais através de uma espécie de "arte da combinação", acrescenta.

Por este motivo, ela afirma que chamar este universo de "segunda vida" (seu significado em inglês) é "errado". "Não se trata de um desdobramento, apenas de um lugar onde cada um explora sua potencialidade”.

Entretanto, o sucesso do Second Life está igualmente no fato de que, diferentemente de outros universos virtuais, ele não é fechado em si mesmo. O que ocorre nele ecoa nos meios de comunicação, em outras páginas na internet como YouTube ou em blogs, segundo a especialista.

Fonte: G1.

Nenhum comentário: