Empresas mundiais de seguro continuam observando oportunidades no Second Life
Se as pessoas não gostam de pensar em seguros no mundo real, será que elas se interessariam por eles num divertido mundo virtual?
É o que a companhia de seguros italiana Assicurazioni Generali SpA espera descobrir com o Generali Virtual, uma ilha no mundo virtual Second Life, lançada sexta-feira. Para essa seguradora com 176 anos no mercado e dona de imóveis famosos como a Praça de São Marcos em Veneza, a iniciativa é uma estratégia de marketing inusitada.
Sua ilha virtual vai apresentar uma série de prédios ao redor de uma praça principal, com a logomarca da empresa, um leão alado, ao centro. Além disso, também vai apresentar um espaço onde os residentes virtuais poderão assumir o volante numa perseguição automobilística à la James Bond. Alguns galpões foram deixados vazios, para que no futuro eles possam ser preenchidos com conteúdo, eventos e joint ventures.
O vencedor do jogo de perseguição automobilística será o motorista que conseguir alcançar o carro perseguido causando o menor estrago, diz Kirsten Dunlop, responsável pela Academia de Inovação da Generali, que bolou a ilha virtual. A empresa fundou a Academia de Inovação com cerca de 60 funcionários no ano passado, para pesquisar novos mercados, canais de distribuição e riscos.
Como muitas outras empresas que se aventuram no Second Life, a Generali está somente testando as águas por enquanto. Os usuários virtuais ainda não poderão comprar seguros da companhia, uma das maiores do setor na Europa.
Com sede em Trieste, na Itália, a Generali achou que a ilha poderia ser uma forma barata de promover sua marca aos consumidores mais novos, que tendem a evitar a venda típica feita por corretores, preferindo realizar a compra pela Internet. A idéia da ilha também tem como objetivo pesquisar a cultura do mundo virtual e determinar os novos riscos contra os quais a empresa possa oferecer seguros, como perda de direitos de propriedade intelectual virtual, quebra de direitos autorais e roubo de identidade, diz Dunlop.
"Nosso interesse é aprender qual é o visual e o jeito de um mundo virtual, quais são suas dinâmicas, e até que ponto ele oferece uma oportunidade de negócios", diz Dunlop.
No Second Life, os usuários criam imagens geradas por computador para se identificar, chamadas de "avatares", e interagem com outros usuários no site, que foi aberto ao público em 2003 pelo Linden Lab, de São Francisco. Este mundo virtual tem 9,8 milhões de usuários cadastrados, a maioria dentro da faixa etária de 25 a 34 anos. Somente cerca de 5% dos usuários registrados entram no site pelo menos uma vez por semana, com aproximadamente um terço desses usuários freqüentes localizados nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa da própria Generali.
Dezenas de empresas, entre as quais a International Business Machines Corp., a Toyota Motor Corp., a Sears Holdings, Corp. e a Vodafone Group PLC, montaram presenças comerciais no site durante os últimos anos. Algumas delas também criaram áreas privativas no site, onde funcionários podem se encontrar para fazer reuniões virtuais.
Os consultores de marketing observam que, embora muitas empresas sintam a pressão para criar uma presença virtual no Second Life, a maioria não investe em mais que alguns prédios virtuais, com poucas qualidades que atraiam multidões de internautas. Muitos desses esforços de marketing tiveram pouco sucesso. Quase três de cada quatro usuários do Second Life prestam pouca atenção em ilhas corporativas, e poucos sites atraem uma audiência constante, segundo um estudo recente do Brand Science Institute, uma firma de pesquisa de mercado de Hamburgo, na Alemanha.
Alguns dos gigantes bancários europeus, entre eles o francês BNP Paribas SA, e os holandeses ABN Amro Holding NV e ING Groep NV, já marcam presença no Second Life. Tocar um banco virtual com clientes desconhecidos num ambiente sem regulamentações é um tanto incerto, portanto a maioria foca em estratégias de marketing e pesquisas. Este ano, o ING lançou OurVirtualHolland (NossaHolandaVirtual), uma ilha com o mesmo formato geográfico do país europeu, com arquitetura tradicional holandesa e moinhos. O ING deu "terrenos virtuais" a residentes que planejavam abrir pequenos negócios no Second Life.
A Generali diz que seus funcionários não só criarão avatares, mas também entrarão na ilha diariamente. A empresa espera atrair visitantes com seus jogos, apresentações e relações públicas fora do site. O orçamento inicial para o projeto é cerca de 30.000 euros, ou US$ 40,000, diz Dunlop.
Origem: SEGS.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
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