segunda-feira, 5 de março de 2007

Italianos contra ministro em mundo virtual

Governante italiano António Di Pietro pretende instalar escritório no Second Life; cibernautas manifestaram-se online

Os políticos descobriram, já há algum tempo, as potencialidades da Internet para conseguirem fazer chegar a sua mensagem aos eleitores. Mas nem todas iniciativas são bem recebidas. Mesmo as mais originais. Que o diga o ministro dos transportes italiano, que decidiu comprar um terreno virtual no jogo online Second Life para construir um escritório digital, mas se viu confrontado com uma manifestação de cibernautas no local da rede.

Dos mais de 4,3 milhões de utilizadores de todo o mundo que assumem uma vida paralela no universo Second Life, 60 mil são italianos. O governante António Di Pietro (foto) viu nesta comunidade uma oportunidade e decidiu instalar-se numa «ilha virtual», com a intenção de promover, segundo disse no seu blogue, o debate «politico, social e económico» dentro deste «mundo» electrónico completamente construído pelos cibernautas.

No passado fim-de-semana, um grupo de italianos que se sentiram incomodados com a iniciativa, decidiu levar o seu alter-ego digital até à propriedade onde Di Piedro pretende fixar o seu quartel-general no jogo e manifestou-se contra esta intenção.

«Os italianos estão assustados com a política a entrar no Second Life», disse um dos participantes virtuais no protesto, citado pelo diário italiano La Stampa, a quem um outro também explicou: «Não me parece certo fazer disto uma fotocópia da vida real, já temos política suficiente lá fora».

Esta não é a primeira incursão de um político no Second Life, mas também não a primeira manifestação de descontentamento por parte dos membros desta enorme comunidade.

O candidato presidencial norte-americano John Edwards instalou no jogo uma sede de campanha, que acabou por ser vandalizada, no passado dia 26 de Fevereiro. Em Janeiro, o escritório digital do líder da extrema-direita francesa, Jean Marie le Pen, também foi alvo de protestos.


Fonte: Portugal Diário

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