domingo, 4 de março de 2007

Para psicólogo, Second Life é uma ‘droga’


“Um jogo desses é muito mais perigoso do que uma droga”, avaliou o psicólogo pessoense Aluízio Lopes de Brito. Segundo ele, a “vantagem” do SL sobre a droga é que, no caso do jogo, o usuário é quem faz sua própria fantasia; enquanto que a “sensação” provocada pelas drogas é “imposta” pela substância ingerida, independentemente da vontade de quem utiliza.

“É aí que está o perigo. A gente vive hoje em uma cultura profundamente individualista, em que as pessoas se relacionam, mas não se encontram”, afirmou Aluízio. Ele observou ainda que os adultos da atualidade estão vivendo uma crise de identidade coletiva, mergulhados na superficialidade. Este tipo de atitude, ressaltou, acaba induzindo as pessoas a entrarem em um jogo como estes “desarmadas”, por curiosidade.

O ponto que mais prende a atenção do residente no SL, que, na maioria das vezes acaba dedicando várias horas diárias à “nova vida”, é a possibilidade de controlar o que acontece no mundo da maneira que ele quiser. O avatar aparece como a primeira criação do usuário. O personagem digital muda de cara e de roupa de acordo com o gosto de quem comanda o jogo. Há ainda a possibilidade de adquirir imóveis e outros bens materiais.

“Nesse mundo virtual, elas fazem o que querem, do jeito que querem. Não há dor, perda ou sofrimento. Não há os desafios que enfrentamos no nosso dia-a-dia”, comentou o psicólogo. Aluízio destaca que a idéia de “comando”, de “mundo perfeito”, proporcionada pelo SL, pode resultar em “um grande vazio” no final. “Chega um momento em que isso cansa, pois a vida é, entre outras coisas, uma busca”, resumiu.

Por Juliana Brito
do Jornal da Paraíba

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