Paraibanos descobrem possibilidades da “vida paralela” no Second Life
Viver em um mundo imaginário deixou de ser uma simples brincadeira de criança. É que a mais nova sensação em matéria de jogos de computador, o “Second Life” (ou “Segunda Vida”), “explodiu” no Brasil. Criado em 2003, na Califórnia, Estados Unidos, o simulador de vida conseguiu, em pouco tempo, ultrapassar a barreira entre os mundos real e virtual.
Por meio do jogo, o usuário cria uma vida paralela, em um mundo habitado por seres (personagens) virtuais, chamados de “avatares”. Os personagens trabalham, namoram, ganham dinheiro, viajam e se relacionam com outros residentes no mundo virtual. Antes de começar a jogar, é preciso fazer um cadastro, criando nome, sobrenome e aparência para o seu avatar.
O próximo passo é a instalação do programa de computador. Todo o processo é feito na página do SL na internet (www.secondlife.com). Ao entrar no mundo virtual, é possível conversar (por meio de uma janela de bate-papo) com outros usuários que estão no mesmo ambiente e pedir informações sobre o que fazer e para onde ir.
Uma das coisas mais legais do jogo é que os avatares podem voar e se “teleportar” (expressão utilizada pelos residentes no SL) entre os ambientes, sem a necessidade de utilizar qualquer meio de transporte convencional. No SL existem países e cidades reais e fictícios. Outro detalhe é que o SL tem moeda própria, o “linden” – que é o nome do laboratório responsável pela criação do mundo imaginário. Um real é equivalente a 93 lindens.
Na hora do cadastramento na página do SL, o novo usuário pode optar pela compra de “linden dollars”, via cartão de crédito de verdade e em dólares americanos. Caso não queira gastar dinheiro real, a saída é conseguir um emprego lá dentro, para garantir o sustento do avatar. Entre as opções de carreira no SL estão DJ, dançarino, repórter, secretária, além de outros incontáveis tipos de emprego existentes da vida real.
Assim como ocorre do lado de fora da tela do computador, para conseguir trabalho no mundo virtual é exigida experiência na área. Há também a possibilidade de troca dos linden por dólares verdadeiros. Apesar de poder ser considerado um jogo, o SL é uma comunidade global e é coisa de adulto sim. O acesso para menores de 18 anos no “simulador de vida” não é permitido. No momento do cadastro, o futuro usuário é orientado a não efetuar o processo caso seja menor. Os que estão incluídos nesta faixa etária devem recorrer ao Teen Second Life. Será necessário inserir um número de cartão de crédito para autenticar a inscrição.
Second Life está disponível em poucas lan houses
Na Paraíba, o SL já é utilizado, embora seja pouco conhecido. Em um passeio pela cidade, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA teve dificuldade para encontrar uma “lan house” (casa de jogos em rede de computador) que oferecesse o recurso para os usuários. Segundo o analista de sistemas Gennyson Lima é que o jogo requer muito da máquina.
Primeiro, é preciso que o computador possua placa de vídeo compatível com o programa do SL. “Essa placa exige muito recurso de memória, processador e banda larga de internet”, explicou Gennyson. Segundo ele, caso seja utilizado em um computador localizado em uma empresa cujas máquinas são interligadas por meio de rede (intranet), o SL pode “prejudicar” o desempenho de todos os computadores desta rede – especialmente com relação aos recursos de internet.
O agravante é que, na medida em que o usuário vai jogando, o SL “exige” mais do computador, pois o personagem (avatar) vai adquirindo acessórios e outros recursos. O webdesigner pessoense, Alcir Lima, 23, conheceu o SL em novembro de 2006, por meio de uma reportagem em uma revista de circulação nacional. Curioso em relação à novidade, ele decidiu criar um avatar e entrar no mundo virtual. Ele conta que não comprou “lindens”. Por isso, teve de “se virar” para conseguir sobreviver lá dentro. “Visitei alguns lugares, conversei com algumas pessoas, ganhei um pouco de dinheiro como segurança de uma boate”, revelou Alcir.
Para ele, que visitou o Rio de Janeiro no SL, a melhor experiência foi o fato de poder voar. “Além de voar e se “teleportar”, dá para fazer várias outras coisas que não se pode fazer aqui (na vida real)”, comentou o jovem. Ele parou de utilizar o SL porque “estava ficando viciado”.
Por Juliana Brito
do Jornal da Paraíba
domingo, 4 de março de 2007
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