Brasil vai dominar o Second Life?
por Pedro Burgos*
Comunidade brasileira, no mundo virtual, continua em franco crescimento. Analistas acreditam que o fenômeno brasileiro no Orkut pode se repetir no Second Life.
Apesar de um rápido crescimento do Second Life no Japão, o Brasil assumiu o segundo posto entre os países com mais usuários ativos do metaverso - somos 8,5% do total de acordo com as estatísticas de julho da Linden Labs. Apesar de o mundo achar que o SL está mal das pernas, na última semana teve novo recorde de usuários online simultaneamente: 50 mil. Por outro lado, o número de usuários Premium – que pagam mensalidade – caiu.
O fenômeno brasileiro no Second Life merece ser estudado. Considerando que há apenas 6 milhões de conexões banda-larga no Brasil, os 48 mil usuários ativos do País podem não parecer muita gente. Mas se nos EUA a proporção fosse a mesma, teríamos quase 4 milhões de americanos no SL, ao contrário dos atuais 150 mil.
Agora, será que a história do Orkut vai se repetir? O Brasil literalmente dominou a comunidade virtual criada pelo Google e os gringos foram embora, colonizando o Myspace, Friendster e coisas afins. Por que isso aconteceu? Basicamente porque os brasileiros são, em sua grande maioria, falantes exclusivamente de português. No caso do SL, em outros países onde o programa tem muitos adeptos, como a Alemanha, o povo fala inglês – é a língua oficial do metaverso. Nas áreas populares do mundo virtual é possível ver gente de todo mundo, mas nas ilhas brasileiras, há praticamente apenas brasileiros. Como no Orkut, a barreira da língua nos isolou (A generalização é só para chegar ao meu ponto, espera aí).
Lembro que quando o número de brasileiros vinha aumentando assutadoramente no Orkut, começaram a surgir comunidades anti-brasileiros – basicamente porque a gente "invadia" uma comunidade de uma banda, por exemplo, e só comentava em português . Como é possível que as pessoas fiquem totalmente separadas no Second Life, não acho que o movimento antibrasileiro vai progredir. Ou não por isso. Até porque já ouvi gringos reclamando que os brasileiros pouco contribuem para o metaverso, em termos de designs, novos scripts, animações, roupas... Não é incomum ver gente vendendo nas ilhas brasileiras coisas que em outros lugares são gratuitas, ou copiando itens que teriam proteção de cópia. Ok, isso acontece em vários lugares, mas há gente dizendo que isso é especialmente verdade em relação aos brasileiros. O fato é que o Brasil e o Japão são os países emergentes do metaverso. Acompanharei o impacto disso.
*Pedro Burgos é jornalista. Começou a escrever pra Super em 2004, e já fez matéria sobre tudo na revista, de videogames a aquecimento global. Viciado em joguinhos, entrou de cabeça em Second Life para desvendar a raça humana.
Origem: Abril/Superinteressante
terça-feira, 11 de setembro de 2007
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Um comentário:
Caso o Brasil domine o Second Life, como aconteceu com o Orkut, minha previsão é que o interesse mundial se modifique e o SL "morra"!
Nada em que o Brasil se mete dá certo.
No SL a maioria dos brasileiros fazem camping ou festa.
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