Continente de 600 ilhas, pertencente a chinesa Anshe Chung, possui restrições técnicas que só permitem proteção e banimento contra 300 avatares. Facção de griefers afirma estar preparando nova arma emissora de "mega-prims".
O papel de dono de ilhas no mercado imobiliário virtual do Second Life pode estar se tornando algo extremamente desafiador, considerando declarações emitidas pela Dreamland Group, da empresária chinesa Anshe Chung, nos últimos dias. A Dreamland é a maior operação de venda e aluguel de terras no metaverso, após a própria Linden Lab. Presumivelmente são os maiores peritos não-oficiais no assunto. Apesar desta perícia, uma determinada nota divulgada mostra um estado de extrema preocupação por parte da direção da empresa em relação aos "griefers", grupos de vândalos que, além de bagunça, provocam descaracterização de construções por todo o Second Life.
Num comunicado divulgado no último dia 6, o diretor operacional da Dreamland, Master Quatro, observou que "o banimento de griefers é um exercício difícil e sem nenhum retorno", porque "possuimos 600 ilhas, mas apenas 300 residentes podem ser banidos". Isto levanta a eventualidade de uma grande distorção na segurança do metaverso: todas as terras no Second Life possuem o mesmo limite de avatares para banimento. Porém, proprietários de continentes possuem muito mais alvos para restringir acesso.
Após uma série de comunicados demonstrando um certo desespero por parte da Dreamland, Master Quatro emitiu uma última mensagem onde sugere a criação de uma nova "carta aberta" à Linden Lab, por onde se manifestará a insatisfação com as restrições técnicas no Second Life que limitam a proteção aos imóveis virtuais com valor agregado. Especialistas, contudo, não crêem que a iniciativa surtirá algum efeito junto à Linden Lab.
Quem acessa a Dreamland recebe automaticamente um comunicado do grupo, convidando qualquer residente a participar da nova carta aberta à Linden. Com razão, Quatro informou que uma hora após o relato e um novo ataque griefer, devidamente documentado, a Linden Lab não havia sequer retornado a chamada. Convidada pela direção da Dreamland, a reportagem sobrevoou as áreas atingidas pelo último ataque, contendo centenas de primitives espalhados pelo ar, com uma "tartaruga ninja" na textura. Observamos também que, na maioria das ilhas, o modo "auto-return" de objetos, comum em sandboxes, não estava habilitada. Master Quatro disse que estaria enviando comunicados para todos os donos de terras afim de que habilitem imediatamente o recurso, apesar do risco de alguns objetos 'lícitos' poderem ser retornados também. Segundo ele, um problema de fácil solução. Será?
Griefers: rumores sobre nova arma
Após sobrevoar as áreas atingidas pelos ataques à Dreamland, a reportagem entrou em contato com o proprietário dos primitives replicados, um residente desconhecido de nome Tanadar Mighty, que assume em pelos "Patriotic Nigras" - uma das mais conhecidas facções de griefers do Second Life - toda bagunça promovida no continente de Anshe Chung. O griefer informou que a explosão de partículas vista nas redondezas da ilha central da Dreamland não é nada especial. Mighty avisou, porém que os programadores da "Patriotic..." estão preparando uma arma muito mais séria: a "Árvore".
Segundo ele, a "Árvore" é uma arma de auto-replicação que utiliza o conceito "mega-primitive" - objetos com tamanhos dezenas de vezes acima do normal, que eram utilizados nos primórdios do Second Life, mas que foram bloqueados em 2005. Os programadores da Patriotic descobriram um brecha para conseguirem criar estes mega-prims e, pior, replicá-los automaticamente. Tanadar Mighty nos informou que a idéia é preencher as ilhas com estes objetos, de forma muito rápida e ininterruptamente, provocando entre outras coisas a impossibilidade de se transitar nos locais afetados, e até mesmo um 'crash-down' dos servidores que os hospedam. Na prática, um arma de 'ataque de negação' virtual.
Isso significaria uma destruição em massa do metaverso? Parece improvável. O mais bem sucedido ataque de auto-replicação de objetos pode ser facilmente identificável na fonte, desde que a propriedade dos objetos replicados não seja falsa ou hackeada. Uma vez que se preenche uma ilha com primitives, a evidência da autoria estará em toda parte. Para a Linden é extremamente fácil eliminar a conta do avatar-fonte do ataque e automaticamente eliminar do metaverso todos seus objetos criados. Desde que, claro, ela responda aos chamados de abuso e preste atenção aos comunicados "abertos" de residentes como o diretor operacional da Dreamland, Master Quatro. Curiosamente, o griefer Tanadar Mighty teve sua conta cancelada e seus primitives (todos eles) eliminados momentos após suas declarações à nossa reportagem.
O griefer Tanadar Mighty, horas após conversar com
a reportagem, teve sua conta cancelada e todos
seus primitives desapareceram
a reportagem, teve sua conta cancelada e todos
seus primitives desapareceram
O próximo passo, segundo especialistas em proteção de terras no Second Life, para tentar coibir ataques griefer, é enviar comunicados com listas de grupos supostamente ligados aos terroristas virtuais, bloqueando-os e restringindo o acesso de seus integrantes às ilhas e terrenos, tanto da Dreamland como de outros continentes menores. Isto dará 10 minutos de sossego aos proprietários, até que os griefers criem novos grupos e avatares desconhecidos. Não seria melhor que a Linden exigisse novamente a entrega de informações pessoais reais dos usuários que criam novos avatares? Não... Até para isso os griefers já tem a resposta escondida dentro da manga.
Vídeo oficial de apresentação do grupo griefer:
Escrito por Pixeleen Mistral, do Second Life Herald
Um comentário:
oh hi dar I see you liek my video
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