sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

No aniversário de SP, ativistas elogiam ações do município contra a AIDS

Second Life foi destacado como importante mídia de propaganda pra prevenção a doença e outras DSTs.

O mapeamento da doença em São Paulo mostra que, segundo o boletim epidemiológico do município, de 1980 a 2006, foram notificados 64.705 casos de Aids – 62.509 entre adultos e 2.196 entre crianças. Em 2006, o total de novos casos chegou a 1.720 – 1.113 entre os homens e 607 entre as mulheres.

“Acho que o município avançou na rede assistencial e tem conseguido, com os serviços próprios, dar uma assistência adequada. A minha crítica maior pesa sobre a prevenção, que não está à altura da epidemia de São Paulo. Ações próprias deixam a desejar onde existe 1/5 da epidemia do País, então acho necessário mais medidas por parte do município”, disse o ativista Mário Scheffer do Grupo Pela Vidda da capital paulista. Para ele, o município precisa ter autonomia para apoiar ONGs. “O financiamento de verbas continua no Estado, seria necessário uma descentralização maior”, acrescenta.

José Araújo de Lima da AFXB Brasil disse que o Programa Municipal possui uma boa assistência e diz que ele faz “um grande esforço para manter diálogo com a sociedade civil”. Porém, “não existe integração com outros serviços de saúde, principalmente na zona sul da cidade, porque eles não percebem a Aids como parte desse sistema, e o mesmo acontece na periferia”.

O presidente do Gapa de São Paulo, José Carlos Veloso, tem a mesma opinião dos ativistas citados acima. “Considero que na área de assistência das pessoas vivendo com HIV/Aids , o município de São Paulo tem evoluído muito nos últimos anos. Porém, a prefeitura ainda não tem conseguido alcançar um patamar bom na área de prevenção”, critica.

Second Life

Já o médico infectologista Robinson Camargo, que trabalha no serviço de atendimento especializado em DST/Aids de Sapopemba, acredita que o tratamento na cidade é bom e afirma que o Programa Municipal busca alternativas na área de prevenção. “Atualmente estamos investindo em uma nova mídia, a internet, em ‘prevenção à distância’, com o site Second Life. Isso não quer dizer que estamos deixando as outras mídias , na verdade estamos pensando cada vez mais em ampliar o trabalho na área de prevenção descobrindo novos caminhos e novas formas de atingir o maior número de pessoas”, explicou.

Escrito por Rodrigo Vasconcellos e Talita Martins, para a Agência Aids.

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