quarta-feira, 4 de abril de 2007

FBI investiga jogatina no Second Life

A onda do jogo no Second Life coincide com uma onda de repressão aos cassinos da vida real nos EUA, onde foram presos executivos de sites de jogos sediados em outros países.


Investigadores do FBI visitaram cassinos do Second Life a convite da empresa criadora desse mundo virtual, a Linden Lab, mas o governo dos Estados Unidos ainda não se decidiu sobre a legalidade da jogatina virtual. "Convidamos o FBI várias vezes a dar uma olhada no Second Life e apresentar as preocupações que quisessem, e sabemos que em pelo menos uma ocasião agentes federais deram uma olhada num cassino virtual", disse Ginsu Yoon, vice-presidente da Linden Lab.

O Second Life tem milhões de usuários registrados, com economia e moeda próprias, o chamado "dólar linden", que pode ser trocado por dólares norte-americanos. Yoon disse que a empresa buscou orientação sobre as regras para a jogatina virtual, mas ainda não recebeu regras claras das autoridades norte-americanas. O FBI não comentou o assunto.

Centenas de cassinos com pôquer, caça-níqueis e blackjack podem ser facilmente encontrados no Second Life. Embora seja difícil estimar o tamanho da economia do jogo nessa rede, os três maiores cassinos de pôquer recebem lucros modestos, na casa de 1.500 dólares mensais cada, segundo donos de cassinos e pessoas ligadas ao setor. A onda do jogo no Second Life coincide com uma onda de repressão aos cassinos da vida real nos EUA, onde foram presos executivos de sites de jogos sediados em outros países.

A maioria dos advogados considera que apostas em "dólares linden" provavelmente violam as leis dos EUA, que tratam de apostas que envolvam "algo de valor". Mas não se sabe o grau de responsabilidade da Linden Lab ou a possibilidade de haver repressão.

"Esse é o risco: temos um conjunto de incógnitas e não sabemos como elas vão funcionar", disse Brent Britton, advogado especialista em tecnologias emergentes no escritório Squire, Sanders & Dempsey, de Tampa, Flórida. Há uma lei de 1970 sobre o jogo clandestino nos EUA, mas também outra, do ano passado, que trata especificamente de apostas ilegais na Internet, que tem como alvos as empresas de cartão de crédito e outros meios de transferência eletrônica de dinheiro que permitem que o jogo aconteça.

"O que eles fizeram foi ir atrás dos processadores e criminalizar os processos de pagamento que se relacionam aos sites de apostas online. A Linden poderia potencialmente ser considerada como o mesmo tipo de processador", disse Sean Kane, advogado do escritório Drakeford & Kane, de Nova York. "Se você compra dinheiro na [casa de câmbio virtual] Lindex e o utiliza para apostas, a Lindon poderia ter um nível muito maior de responsabilidade", completou o advogado.

As regras do Linden Lab proíbem atividades ilegais no Second Life. "Nem sempre está claro para nós se uma simulação em 3D de um cassino é a mesma coisa que um cassino, legalmente falando, e não está claro às agências policiais que consultamos", disse Yoon. Mesmo que a lei fosse mais clara, afirmou, a empresa não teria como monitorar e evitar apostas no mundo virtual.

por Adam Pasick
Fonte: Reuters.

Um comentário:

Unknown disse...

Entendo que envolve várias questões porém há possibilidade de se obter L$ sem gastar dinheiro na vida real ou seja não tratando de dinheiro real e para comprovar a origem dos L$ de cada usuário fica algo inviável