quinta-feira, 10 de maio de 2007

Linden Lab decreta tolerância zero à pedofilia no Second Life

Em comunicado oficial, empresa se diz 'ultrajada e indignada' com as imagens fornecidas pela TV alemã ARD. A vice-presidente Robin Linden promete forte repressão à esta prática ilegal no metaverso.

Pegou mal, pegou muito mal para a Linden Lab a matéria veiculada pela rede alemã de televisão, ARD, onde dois avatares, um adulto e outra com aspecto de criança, praticam sexo virtual. A cena foi captada e agora corre o mundo, denotando que o Second Life é uma lugar onde as leis da ética, e do bom comportamento, aparentemente não estão sendo monitoradas. Na matéria, também aparecem fotos de supostos avatares 'infantis', sem roupas e em posições que sugerem atos eróticos.

Assista a matéria polêmica, veiculada pela TV alemã:



Para tentar amenizar as repercussões negativas que o escândalo vem acarretando à imagem do Second Life e da sua administração, a Linden Lab postou, em seu blog oficial, um tópico extenso onde se diz 'ultradajada' e 'indignada' com a situação e que, objetivamente, adotará uma política de tolerância zero contra todos os residente praticantes do chamado 'ageplay', ou pornografia e sexo com avatares infantis, ou mesmo com menores de idade do mundo real, que se passam por adultos. Neste segundo caso, a identificação é um pouco mais difícil. Por isso a Linden Lab está iniciando um programa de 'recadastramento' de todos os avatares ativos do Second Life, o que por si só já causa uma grande polêmica.

O tópico é assinado pela vice-presidente da empresa responsável pelo metaverso, Robin Harper, que também foi entrevistada pelo canal alemão originador das acusações. No blog, Robin rebate a idéia de que a Linden procura ignorar intencionalmente a situação. Ela diz que a Linden adotou a um certo tempo um regime de tolerância zero contra a prática do 'ageplay'. Os dois avatares (na foto) que aparecem nas imagens da ARD, segundo Harper, já foram identificados. Ele como sendo um senhor de 54 anos e a garotinha, uma usuária de 27 anos, ambos alemães. Suas contas foram automaticamente canceladas e os seus dados encaminhados para as autoridades alemãs, em total cooperação no sentido de tentar acabar com o problema.

Robin Linden informa, também, que cada residente, ao se cadastrar, deve estar ciente das práticas não permitidas no Second Life. Há inclusive um parágrafo do termo de responsabilidade, onde a Linden é "absolutamente clara ao proibir o sexo entre avatares adultos e crianças, e mais ainda, com menores de idade na vida real, que se passam por adultos no metaverso". A vice-presidente lembra que o Second Life é proibido para menores de 18 anos, mas admite que é difícil monitorar a idade real de todos os seus residentes.

Consequências adotadas ao metaverso

Mais adiante no tópico, a Linden Lab deixa claro que será bem mais agressiva no combate à pedofilia no Second Life. Não haverá tolerância para avatares que forem flagrados mantendo sexo com outros avatares infantis, ou usuários menores de idade flagrados pela verificação de idade que a empresa já está implementando. Residentes que forem pegos distribuindo imagens de pornografia infantil também serão punidos com o cancelamento sumário de suas contas, ainda que proprietários de contas Premium e até mesmo proprietários de ilhas. Todos terão seus direitos de uso do metaverso cassados e terão seus dados entregues às autoridades.

Robin Linden volta a falar sobre a questão da verificação eletrônica de idade, que está praticamente pronta. Não será necessário apresentar cópias de documentos. Mas alguns números destes documentos devem ser solicitados, para cadastramento dos dados das contas e eventuais comparações de informação. Mesmo no Brasil, será necessário apresentar o número do CPF ou Identidade para revalidar o avatar do usuário. Todos terão que fazer isso, em um prazo a ser estipulado, para que suas contas não sejam canceladas.

Harper conclui que a Linden continuará oferecendo total colaboração com as autoridades alemãs, americanas e das demais nacionalidades, caso novos casos de pedofilia sejam descobertos. Para protejer os interesses do Second Life, a empresa não medirá esforços em coibir e evitar esta prática nociva à imagem do mundo virtual. Uma nova ordem, portanto, deverá ser estabelecida no metaverso, em pouco tempo.•

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