Por Paulo Ferraz*
Logo após lançar meu livro Second Life para Empreendedores, muitas pessoas questionaram o porquê da minha insistência em participar do Big Brother Brasil. "Você vai colocar todo o trabalho de meses a perder para participar de um reality show? Você está maluuuuuco?", perguntou a minha amada e cética irmã... Se estava faltando uma peça no quebra-cabeças e uma resposta para a dúvida que não queria calar, eis que venho a público dizer minhas razões para tal insistência (que nenhuma relação guarda com a típica teimosia dos taurinos)...
Pois bem... Antes da polêmica decisão de fazer minha inscrição para o BBB 8, dois fatos chamaram-me a atenção (a ponto de topar pagar este mico Global), além de instigar a curiosidade profissional que sempre me impulsionou desde que ganhei o título de lunático-mor da família, ao conversar com minha mãe a primeira vez sobre mundos virtuais e o Second Life. Vejamos...
O primeiro destes fatos, foi uma nota que li num destes inúmeros blogs da Internet, contando a história de uma pessoa que, supostamente, teria sugerido à Rede Globo a criação de uma comunidade de relacionamento nos moldes do Orkut, objetivando incrementar o processo seletivo para o famoso reality show, o Big Brother Brasil. Tal senhor elegava que não teria recebido os devidos créditos autorais por sua idéia, quando a Rede Globo criou o site 8p para dar suporte à campanha do BBB 8. Teorias de conspiração sempre me atiçaram a curiosidade, mas procurei ter a devida isenção profissional para analisar os fatos friamente.
Qualquer profissional que se preze na área do Direito sabe que idéias como estas, por mais brilhantes que sejam, não são passíveis de proteção autoral ou industrial em nosso país... Só para exemplificar, posso relembrar um dissabor não tão distante, passado pela própria rede do plim-plim, quando o SBT lançou o reality show A Casa dos Artistas... Na época, de nada valeu a chiadeira da Globo quanto a um possível plágio dos moldes do formato franqueado da empresa Endemol, detentora da marca Big Brother (dentre outros reality shows).
O segundo fato que despertou a minha atenção, atiçando realmente a minha curiosidade, foi lembrar da notícia amplamente divulgada, em abril de 2007, segundo a qual a empresa Endemol (citada anteriormente), em parceria com a EA Games (Eletronic Arts, empresa do ramo de jogos eletrônicos), estaria criando um mundo virtual chamado Virtual Me. O objetivo desta união de forças seria, numa tacada só, "unir o melhor da TV e dos videogames para oferecer algo que pode ter apelo para mercados de audiência de massa e mudar a face do entretenimento", segundo definiu o Sr. Gerhard Florin, vice-presidente executivo e gerente-geral da Electronic Arts International em entrevista dada, à época, para a BBC Brasil.
Bingo!!! Após tentar antecipar alguns passos deste jogo de Xadrez que é a briga pelo Ibope entre as emissoras de TV, meus neurônios (Tico e Teco, entre outros) finalmente chegaram a uma conclusão lógica de que está havendo uma aposta da Rede Globo em algo que, em pouco tempo, já não será novidade para muitos: a convergência entre alguns programas de TV e a Internet. A Globo estaria antecipando com esta jogada, de certa forma, o que será realidade em poucos anos com a implantação da interatividade prometida pela TV Digital.
Clique aqui para ler a íntegra deste artigo.
*Paulo Ferraz é advogado especializado em Direito das Telecomunicações, ex-servidor da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, fez em 2000 curso de e-commerce no Massachusetts Institute of Technology (M.I.T.) - USA, e possui experiência na área de Direito Empresarial, Franchising e Propriedade Industrial e marketing virtual. Nos USA, foi o criador e editor-chefe do extinto portal Brazuca Online entre os anos de 1999 e 2000. Escreveu o livro "Second Life para Empreendedores", publicado em 2007 pela Novatec Editora. Em seu escritório em Brasília, trabalha como consultor de empresas no Second Life.
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