quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Residente denuncia desfalque em banco virtual brasileiro no Second Life

Empresária brasileira informa que perdeu L$ 45.000 em transação suspeita junto ao Banedi Bank. Linden Lab já efetuou bloqueio da conta do proprietário do banco. Saiba os cuidados que se deve ter ao realizar transações não oficiais de lindens no Second Life.

Chegou à redação do Mundo Linden, denuncia originada da sra. Domitila Lane, residente e empresária brasileira, dona da RCA. Na mensagem, ela afirma que realizou um depósito no valor de L$ 45.000 (lindens dólares), em conta criada no banco virtual brasileiro Banedi. Lane indica ainda que, após convidada pelo avatar 'Banedi Oh', suposto proprietário do banco, a experimentar o plano de rendimentos de sua instituição, por algum tempo de fato teve seu dinheiro rendendo na conta. Porém, no último dia 26/11, ao verificar seu saldo no Banedi constatou perplexa de que sua conta estava zerada.

Em seguida, através de um chat log enviado à redação (que a pedido da reclamante será mantido em sigilo), Domitila Lane demonstrou um embate verbal ocorrido com Banedi Oh, no qual ele alega que houve transação suspeita dentre contas de seu banco, pelo suposto uso do 'mesmo endereçamento IP', o que segundo ele provocou o 'bloqueio' da conta dela, aparentemente sem nenhum ressarcimento. Após insistir em obter os dados reais de Banedi Oh, para estabelecer um contato telefônico afim de resolver a questão, o mesmo subitamente entrou em 'offline'. Desde então, não respondeu nenhuma outra tentativa de contato da sra. Lane.

Linden Lab bloqueia avatar responsável pelo banco

No site do Banedi, que ainda está no ar e com informações extremamente limitadas, não existe nenhum telefone físico, e nem mesmo um nome de pessoa física ou avatar, para se estabelecer comunicação direta. O Mundo Linden tentou contactar o sr. Banedi Oh, via Second Life e pelo formulário de contato do site. Até o momento não houve nenhuma resposta.

Domitila Lane nos informou pouco depois que realizou uma denúncia (abuse report) junto à Linden Lab. Horas depois recebeu uma resposta da companhia, indicando que a denuncia já estava sob investigação. No mesmo dia, a conta do avatar Banedi Oh já estava suspensa e não aparecia mais nos mecanismos de busca. Lane também informa que administra o avatar de um outro cliente, segundo ela um futuro anunciante do mundo real, por onde mantinha outros L$ 30 mil investidos no Banedi. Este dinheiro também desapareceu. Domitila se sente, portanto, 'duplamente roubada'.

Compra e venda segura de lindens é possível

Na foto, Ginko Financial é considerado o maior desastre financeiro da história do Second Life

A reportagem entrou em contato com o sr. Renato Chaplin, banqueiro virtual brasileiro e especialista em transações financeiras não oficiais no Second Life. Segundo ele, não é a primeira nem a última vez que residentes de boa fé se tornarão vítimas de golpes financeiros no metaverso. Chaplin cita o caso de um famoso empreendedor brasileiro que perdeu cerca de L$ 1.6 milhão em uma operação insegura e desastrosa, junto a um banco virtual estrangeiro.

Para Chaplin, a alegação de operações realizadas através de endereços IP idênticos não indica qualquer infração, pois duas ou mais pessoas em uma residência, por exemplo, podem utilizar o mesmo computador para operarem seus avatares no Second Life, cada qual com seu saldo. Para ele, este motivo não é justificativa para se bloquear uma conta em um banco virtual, como alegado por Banedi Oh em chat com a correntista Domitila Lane. Chaplin informa ainda que, hoje em dia, é altamente arriscado 'depositar' lindens em um banco virtual. O ideal é manter o dinheiro junto ao seu avatar e só utilizá-lo caso tenha absoluta confiança no operador de câmbio virtual da sua preferência, tanto para comprar como para vender lindens.

O Mundo Linden enviou duas questões importantes, prontamente respondidas pelo sr. Renato Chaplin. Acompanhe:

Que conselhos e sugestões você sugere a quem deseja vender e comprar lindens por meios não oficiais?
Comprar Lindens no Second Life Brasil não é vantajoso para o cliente, pois a taxa cobrada tem um ágio altíssimo, de mais de 100% de lucro. Mas para comprar no mercado paralelo o comprador deve buscar uma empresa com solidez e confiabilidade de mercado. Alguns bancos tem a prática de vender e pagar em alguns dias, ou vender sem ter o dinheiro em caixa, ou seja, primeiro faz a venda para depois comprar os Lindens no mercado. A Brasil Money só vende o que possui em caixa, e na eventualidade de não ter toda a quantia disponível informa ao cliente a disponibilidade de estoque e uma previsão de chegada do restante. Nunca vendemos o que não temos, isso é regra.

Quais providências a Brasil Money toma para trazer maior confiabilidade aos seus clientes?
A Brasil Money atua com a política de transparência nesse mercado por um motivo simples: existem muitos golpes envolvendo Lindens no Second Life, e o principal objetivo da empresa é oferecer segurança ao comprador. Quem confia em nós, sempre comprará conosco, e nós não queremos fazer apenas uma venda: queremos ter clientes satisfeitos que façam compras regulares, que associem a venda de Lindens à nossa marca. O atendimento é feito através de e-mail, second life e por MSN em alguns casos. Em breve estudamos implantar atendimento telefônico para suporte.

Cuidados mínimos nas transações financeiras

A pedido do Mundo Linden, o sr. Renato Chaplin relacionou também cuidados mínimos necessários para se efetuar transações não oficiais seguras de lindens no Second Life brasileiro. Anote:
  • Verificar o número de clientes e, se possível, conversar com alguém que já tenha comprado;
  • Verificar se é um vendedor eventual ou uma empresa especializada no ramo;
  • Verificar todos os dados de quem está vendendo: nome real, identidade, CPF;
  • Desconfiar de taxas muito baixas: os Lindens podem ser fraudados, roubados ou simplesmente pode ser calote;
  • Caso desconfie, na primeira compra faça um pedido de pequeno valor;
  • Verificar quais canais de atendimento são oferecidos ao cliente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cabe lembrar que comunicação falsa de crime é tipo penal de ação pública previsto nos seguintes termos do código penal brasileiro:

Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.