terça-feira, 22 de maio de 2007

Hackers invadem conta administrativa do Second Life e destroem uma ilha inteira

Incidente gera preocupação entre proprietários e levanta dúvidas sobre a segurança do grid.

Piratas virtuais hackearam uma conta administrativa do Second Life e derrubaram a ilha australiana 'ABC', que tinha apenas dois meses de existência, destruindo as construções lá erguidas e modificando radicalmente o terreno, dando a ele um aspecto de bombardeamento. O ato de vandalismo jogou por terra meses de planejamento e construção. O incidente foi descoberto na manhã desta segunda-feira (21/05). Acredita-se que a ação foi realizada durante a madrugada.


Acionada, a Linden Lab realizou um procedimento de restauração da ilha, a partir de backups preventivos, revertendo a mesma para estágios antes do ataque. Contudo, o terreno permaneceu alterado e um terço das construções continuavam desaparecidas.

Abigail Thomas, gerente da ABC Innovations, proprietária da Ilha ABC, disse em seu site oficial que o 'sim' da empresa havia sido literalmente 'bombardeado' por piratas virtuais. "Nós estamos observando atentamente os relatórios de segurança e investigando como os hackers abriram uma brecha, possibilitando com isso as modificações empreendidas em nossa infra-estrutura", disse Thomas em seu comunicado.

Infelizmente, estes tipos de ataque não são incomuns no metaverso. 'Bombas Atômicas' virtuais foram recentemente utilizadas pelo 'Exército de Libertação do Second Life', contra lojas virtuais pertencentes à Reebok e a American Apparel. O grupo reivindica uma maior democracia no mundo eletrônico. Porém, no caso mais notório, hackers constrangeram a milionária Anshe Chung, em uma entrevista que concedia à CNET. Na ação, dezenas de objetos obscenos inundaram o salão de audiências, onde ocorria a entrevista, inviabilizando o evento.

Estes vândalos - ou 'griefers', como são virtualmente conhecidos - promovem seus ataques geralmente com o objetivo da notoriedade. Enquanto suas vítimas classificam suas atividades como 'anti-sociais', eles preferem escolher seus alvos através de alguma causa específica. Em certos casos, pela simples falta de educação dos proprietários de terras e ilhas.

Ilha ABC antes do ataque na madrugada desta segunda-feiraA Ilha ABC, que foi desenvolvida com uma arquitetura alusiva à rádiodifusão, tinha por meta receber os ouvintes de sua estação na RL, bem como visitantes em geral. Nela, todos podiam interagir no ambiente, ouvindo música, dançando e participando de atividades programadas. Lá haviam também monitores de vídeo, com exibição de clipes musicais e de uma seleção de programas da ABC TV Austrália.

Ilha ABC, antes do ataque desta segunda-feira

O incidente na Ilha ABC reacendeu as discussões sobre a segurança dos dados, no maingrid. A Linden Lab, após a restauração da ilha, colocou dois de seus técnicos para investigarem os métodos usados pelos hackers, que possibilitaram o acesso administrativo à ABC. A empresa, contudo, ratifica aos donos de terras e ilhas, sobre a importância da troca periódica das suas senhas, sem o uso de terminologias de facil detecção por programas 'snifers', 'keylogers', dentre outras ferramentas muito usadas por hackers para revelação de senhas.

Ainda assim, todos continuam preocupados. Pois o aconselhamento na 'troca periódica de senhas', pode ser interpretado como uma confirmação de que a Linden não tem controle total sobre a segurança de seus dados cadastrais.

Com informações do The Sydney Morning Herald.

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