Lucidez, loucura e verdades no Second Life
por Gil Giardelli*
"É o momento de repensarmos relações humanas e nós mesmos, os indivíduos digitais. Isto é reflexo da sociedade imediatista".
O Second Life, o espelho do nosso mundo real, um grande palco onde a arquiteta vira uma escritora famosa, a jornalista se torna uma artista plástica internacional e a comissária de bordo, uma esportista radical. Mas cuidado, às vezes sonhos se tornam pesadelos. Você poderá sofrer de virtualização, infantilização e tribalização no Second life. Você criará identidades imaginarias - onde milhares de pessoas são solitárias - mas com a vantagem de jamais estar sozinha.
A inconveniência da verdade é criar seu alter ego digital acima da lei, viver uma vida paralela completamente diferente da real e a lucidez da loucura é namorar em Paris, tomar um café com as amigas virtuais em Roma, pular de pára-quedas do Everest ou visitar uma praia de Hedonismo no Caribe. Tem um monte de coisas boas: filie-se aos Grupos de apoios e sobreviventes de câncer, proteste contra o aquecimento global, estude em uma universidade ou simplesmente faça o bem, sem saber para quem.
Como tudo da nossa vã filosofia, tem coisas ruins, você pode trair seu companheiro da vida real, fazendo sexo nas ruas digitais com estranhos na Mature Zone - área de prostituição, sex shops e cassinos do Second Life -.Você pode não acreditar, mas neste exato momento histórias similares acontecem no Second Life. Tudo isto gera uma histeria coletiva, onde a mudança está intimamente ligada à forma como as pessoas passam a se relacionar com o mundo.
É o momento de repensarmos relações humanas e nós mesmos, os indivíduos digitais. Isto é reflexo da sociedade imediatista, onde substituimos o Ser pelo Ter. Todo mundo quer alguns minutos de fama. Todo mundo deseja participar do “Sindicato mundial de jornalistas amadores” ou do “Conselho dos desesperados por só um pouquinho de fama”? Todo mundo deseja fazer loucuras, todo mundo deseja uma vida perfeita, mesmo que seja online.
A boa notícia é que tem um caminhão de coisas a serem feitas, porque a Internet é uma cidade gigantesca, uma megalópole sem poluição e com todas as ruas ainda sem nome, então cada pessoa ainda pode colocar seu nome em uma rua. A Revolução não é toda história, mas é uma grande história. Onde não podemos usar velhos mapas, para descobrir novas terras
*Gil Giardelli, diretor da Permission.
Fonte: TI Inside.
terça-feira, 29 de maio de 2007
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