quarta-feira, 4 de julho de 2007

Estudo avalia comportamento do usuário em mundos virtuais

Para pesquisadora, avatares melhor acabados dão maior confiança aos usuários.


Artigo publicado na edição de julho da revista Science discute a evolução da comunicação interpessoal por meio de representações virtuais, os populares avatares. A principal conclusão é que a tecnologia gráfica ainda não avançou o suficiente para reproduzir fielmente no metaverso sensações e impressões de pessoas durante contatos físicos.

A autora, Judith Donath, é pesquisadora do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e aplica a teoria no Second Life, programa que simula a vida real num metaverso com mais de 7,6 milhões de pessoas cadastradas. Para ela, falta a avatares a habilidade de interagir com olhos, sobrancelhas e movimentos do corpo.

O exemplo é claro. "Quando estamos em uma festa, por exemplo, e vamos conversar com alguém do outro lado do salão, não apenas andamos até lá. No caminho, já trocamos olhares, sorrisos e ajustamos a roupa", diz a pesquisadora. "Avatares não fazem isso."

Além do contato físico, a pesquisadora argumenta que a percepção humana leva em conta fatores comportamentais para formar idéia da personalidade do outro. Não é possível perceber intenções, estado de espírito e jeito de se comunicar em representações virtuais.

Por outro lado, Judith descobriu que avatares mais realistas e bem vestidos, com aparência mais bonita, provocam mais confiança nos interlocutores, além de parecerem mais honestos. A pesquisadora se preocupa com isso. "No futuro, políticos podem usar plataformas virtuais para convencer eleitores pela aparência do avatar." Mas, ainda segundo Judith, a representação virtual já se tornou um conceito arraigado à sociedade contemporânea. Não tem mais volta, só evolução.

Por Lucas Pretti
Fonte: Estadão.

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