sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Estudar no Second Life é uma realidade

Mundo virtual da Linden Lab ganha adesão cada vez maior de univesidades brasileiras.

Elas ainda não iniciaram todas as atividades que pretendem desenvolver nesse universo paralelo, mas sabem que dá para fazer muita coisa por lá. Alguns vêem com estranheza a entrada delas na plataforma Second Life, mas depois de grandes corporações multinacionais anunciarem com estardalhaço seu ingresso, 2007 foi o ano em que as universidades e instituições de ensino superior brasileiras decidiram também fazer parte deste meio na esteira do que fizeram algumas das mais importantes universidades dos Estados Unidos, como Harvard, por exemplo.

Os responsáveis pelas instituições tratam com naturalidade essas iniciativas e chegam a se empolgar com as possibilidades, que envolvem a atração de alunos do mundo virtual para o real, ensino à distância, palestras, conferências, mobilidade estudantil e até cursos com aulas ministradas exclusivamente no ambiente virtual de três dimensões do Second Life. Na visão deles, o ambiente tridimensional do Second Life é muito provavelmente a próxima etapa da comunicação via rede das universidades e do mundo.

"As três funções clássicas da universidade são: ensino, pesquisa e extensão. E há uma quarta função que chamo de 'meta função' que é a própria comunicação. Para ensinar, tem de comunicar. E a medida que as ferramentas de comunicação evoluem, temos de evoluir junto", disse Gilson Schwartz, diretor da Cidade do Conhecimento espaço público existente no Second Life que abriga projetos educacionais, culturais e empreendimentos tecnológicos. "A própria capacidade de pesquisar depende das universidades participarem de todas essas ferramentas", acrescenta ele.

Segundo Schwartz, a entrada das universidades no Second Life pode estimular a inclusão digital, tudo depende do tipo de projeto que seja desenvolvido. Ele avisa que projetos de pesquisa com notório interesse podem até receber terrenos gratuitos no Second Life. "É uma verdadeira reforma agrária", resume ele. Schwartz cogita também outra possibilidade aberta com o Second Life, novas formas de mobilidade, mas segundo ele, isso mais uma vez depende de decisões estratégicas de cada universidade.

Nessa perspectiva, alunos brasileiros poderiam freqüentar aulas em instituições do mundo todo sem sair de casa. Bastaria que a pessoa criasse seu avatar - nome dado aos "corpos virtuais" que cada usuário tem no Second Life - e fosse até os campi dessas instituições. Lá, haveria classes iguais as salas de aulas de qualquer escola, só que, obviamente, estariam dentro do ambiente virtual.

O coordenador do projeto Second Life do Senac de São Paulo, Paulo Rezende, nega que o interesse da instituição que ele representa seja meramente em função de uma euforia com a nova ferramenta. "O Second Life é uma opção real de divulgação e transmissão de conhecimento. E além da transmissão, existe até a possibilidade de construção de conhecimento a partir dessa plataforma. Tudo depende de como você interage com as pessoas ali", aposta Rezende.

Ele acha que o receio com novas tecnologias pode levar as instituições a repetir no ambiente virtual práticas e procedimentos antigos, que adotam em ferramentas que já utilizam e conhecem. Isso seria um erro na avaliação dele. Com exemplo de mudanças em função de observação da ferramenta, Rezende diz que o Senac promove alterações freqüentes em seus prédios e construções dentro do Second Life. Segundo Rezende, isso é uma forma de fazer os usuários perceberem que há movimento ali. Para ele, isso é um estímulo a quem visita o local com freqüência.

Rezende cita um projeto do Senac que ajuda os usuários a criar seus avatares. Esse foi um exemplo de como uma idéia simples pode sim envolver diferentes áreas do conhecimento. "Quando ajudo um usuário a montar seu avatar, crio um processo que envolve design, cultura local, moda, comportamento e até liguagem", opina. O Senac também lançou um curso de programação dentro do Second Life. Rezende classificou os resultados com "interessantes".

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Escrito por Marcel Frota, do Universia Brasil.

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