quinta-feira, 12 de abril de 2007

Escola ensinará idiomas no Second Life

Empresa construiu uma ilha própria e oferecerá aulas com interação. Nova ferramenta de voz possibilitará som de alta qualidade no mundo virtual.

O aprendizado de um novo idioma feito de maneira imersiva, em um ambiente realista e com professores nativos logo estará disponível on-line, no mundo virtual Second Life. Em setembro, a escola de idiomas LanguageLab começa a oferecer aulas de inglês e espanhol virtuais, com custos parecidos com aqueles do mundo real. “Achamos que é muito melhor ensinar assim do que em um espaço físico, pois há muito mais o que se oferecer na web do que em uma sala de aula”, disse o fundador da empresa, David Kaskel.


Os estudantes e professores irão falar e escutar uns aos outros utilizando uma tecnologia VoIP (voz sobre IP) atualmente em testes e que deve ser lançada no Second Life em junho. Atualmente, os usuários que queiram falar com outros avatares devem ter um programa como o Skype instalado em suas máquinas. Agora, essa capacidade estará incluída no software do Second Life. O sistema alcança uma maior variedade de freqüências acústicas (de 50 a 14 mil hertz) que a telefonia normal, e irá beneficiar o aprendizado de idiomas -- algumas consoantes tem uma informação acústica que ocorre em freqüências mais altas que aquelas captadas por um telefone.

Kassel é um usuário veterano no Second Life, e sua idéia para a escola surgiu cerca de um ano e meio atrás. A LanguageLab, sediada em Londres, receberá os avatares dos estudantes em sua ilha no mundo virtual, onde uma cidade inteira foi construída. Os avatares devem se encontrar com seus professores para atividades nos hotéis, bares, clubes, escritórios e lojas detalhadamente realistas. As aulas terão cerca de 50 minutos, várias vezes durante a semana, e os estudantes deverão socializar com seus colegas e poderão se inscrever em cursos extras.

A voz no Second Life também será 3D, o que significa que o som dos avatares que estão perto irá parecer mais alto do que o daqueles que estão mais distantes. O sistema faz isso ao modificar o som de um usuário particular de acordo com a posição de seu avatar. Também há um modo que permitirá conferências e leituras.

Reclamações

Quando as capacidades de som foram anunciadas em fevereiro, muitos usuários reclamaram. Para eles, escutar as vozes dos outros avatares e ter que falar quebraria a virtualidade do mundo, levando-os para aspectos da realidade não requeridos, com características reais como sexo, identidade e nacionalidade. “Ser forçado a utilizar a voz em um mundo virtual, algo que não é de minha escolha, contra minha vontade, parece um golpe final”, escreveu o usuário Prokofy Neva.

Ensinar línguas no Second Life tem uma vantagem sobre outros métodos baseados na web, de blogs e podcasts a conversas de texto, que impressionou professores de fora: o mundo virtual traz um sentido de lugar, trazendo ao aprendizado uma sensação mais humana, uma experiência melhor de socialização on-line.

A LanguageLab não é a primeira escola no mundo virtual: uma variedade de educadores já oferece diversos idiomas. Mas a empresa é a maior escola de idiomas privada a se aventurar e a primeira a ser construída com base nas capacidades de som. Kassel, seu fundador, espera oferecer aulas de outras línguas, e para isso pretende duplicar seu espaço inicial.

Fonte: G1.

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