A segunda impressão do Second Life
Por Gilberto Pavoni Junior*
Não é possível dizer que foi uma perda de tempo se aventurar no Second Life e é impossível negar a força dos mundos paralelos como forma de comunicação, expressão e gerador de novos modelos de negócio.
O mundo sintético Second Life foi escolhido pela revista Time um dos cinco piores sites existentes. E essa é apenas uma das más notícias divulgadas recentemente. O noticiário não pára de trazer dados pouco entusiasmantes para esse que já está sendo considerado o primeiro fenômeno efêmero da web social. O último e mais sarcástico está publicado no Tech Crunch: Will The Last Corporation Leaving Second Life Please Turn Off The Light – literalmente, “a última empresa a sair, por favor, apague a luz”.
Os números também são duramente criticados. Enquanto a página inicial contabiliza mais de 8 milhões de habitantes, as estatísticas mostram que não chegam a 30 ou 40 mil em horários de pico. Essa é uma audiência baixa e pouco segmentada para os padrões da indústria anunciante.
O site parece ter perdido realmente o brilho e o charme, o que é fatal em algo tão fashion. “Um dos problemas principais é que o site força a utilização da Internet e suas possibilidades como um fim, na realidade deveria ser apenas o meio”, propõe a superintendente de Educação Executiva da Fundação Getúlio Vargas, Sandra Turchi.
Mas não é possível dizer que foi uma perda de tempo se aventurar no Second Life e é impossível negar a força dos mundos paralelos como forma de comunicação, expressão e gerador de novos modelos de negócio. “O importante é a tendência”, alerta o diretor de Marketing e Novos Negócios da ESPM, Emmanuel Publio Dias.
A faculdade está no Second Life com uma sala de aula para modelagem em 3D. O próprio mundo do SL é o campo de testes e o software para visualizar os trabalhos. Embora faça restrições ao modelo e à tecnologia da criadora do SL, a Linden Lab, o professor defende a participação de empresas em novidades assim. “É barato entrar e mais barato sair”, diz.
O gerente de marketing da Fundação Dom Cabral, Roberto Sagot, alerta para a insistência de ficar em meio ao declínio de um fenômeno. “As empresas não podem ligar suas marcas à efemeridade”, comenta. Contudo, ele também defende a experiência de vida em mundos assim para empresas. “O custo não estar em algo assim nesse momento de aprendizado e dúvidas é deixar de aprender”, alerta. Os especialistas estiveram reunidos no “Manifesto Contra a Proliferação da Mesmice”, um encontro de discussões promovido pela empresa de investimentos digitais Adrenax.
*Gilberto Pavoni Junior é colunista da B2B Magazine.
Fonte: B2B Magazine.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
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