Nota interna da companhia proíbe que funcionários utilizem a infra-estrutura da IBM para realizar os protestos eletrônicos. Violadores da regra estão passíveis de demissão.
Trabalhadores mundiais da IBM, liderados pela ação dos funcionários da filial sua italiana, podem deflagrar uma ação global, até o próximo domingo (30) no sentido de fazer a multinacional voltar atrás em suas decisões corporativas, no tocante aos seus empregados (cortes de salários, demissões sumárias e condições de trabalho).Em vista disso, a alta cúpula da IBM lançou uma advertência interna, sugerindo que seus trabalhadores não utilizem o Second Life, dentro de suas dependências, para manifestações trabalhistas. Segundo a nota, está proibido utilizar a infra-estrutura da IBM (espaços físicos e computadores) para realização dos 'piquetes virtuais', caso contrário "as consequências serão reais". "A IBM respeita os protestos eletrônicos, desde que feitos a partir de outros lugares, fora das dependências da empresa", informa um trecho da notificação.
Lee Conrad, executivo participante da "Alliance@IBM Union", sindicato de trabalhadores americanos da IBM, confirmou a nota interna da empresa. "A Alliance está participando do movimento, mas estamos aconselhando nossos afiliados a promoverem os protestos apenas em suas casas, fora do horário de trabalho, para que seus postos sejam preservados".
A greve virtual no Second Life é uma idéia dos funcionários da filial italiana da IBM, devido à insatisfação pelas decisões trabalhistas tomadas, segundo eles, unilateralmente pela matriz. A RSU Union, versão italiana do sindicato de trabalhadores da IBM, que possui cerca de 9.000 afiliados, informa que os funcionários italianos estão chocados e decepcionados com a nota da companhia nos EUA. Segundo outras fontes, o movimento continua crescendo, já tendo alcançado filiais da IBM em outros países.
"A greve virtual continua em fase de planejamento", disse Conrad nesta segunda-feira. "Não sabemos, porém, a data e o horário em que a mesma será deflagrada. Soubemos que funcionários de filiais da IBM em 18 países já confirmaram que participarão da iniciativa". Ainda segundo Conrad, o propósito é pressionar a companhia a reconhecer as demandas da filial italiana e voltar atrás em suas decisões. "Pressionaremos a IBM tanto no mundo virtual como no mundo real".
A Alliance distribuiu um e-mail para todos os seus membros, informando que estes poderão efetuar o download de um "kit greve" a partir dos servidores da Union Network International, que também apóia a iniciativa do sindicato italiano de trabalhores da IBM (RSU). "Os funcionários da companhia entrarão em greve ainda neste mês", diz o e-mail. "Um levantamento está sendo feito em todos os sindicatos de trabalhadores da IBM, ao redor do mundo, para se saber quantos trabalhadores já confirmaram presença na ação, baixando o 'kit'. Os resultados serão disponibilizados quando a greve for deflagrada".
A RSU, por ser a origem do movimento, tem o privilégio de decidir quando a greve começará, sendo automaticamente seguida pelos outros sindicatos. Os italianos continuam mantendo segredo sobre a data e o horário do início da greve. Contudo, uma fonte da própria RSU deixou vazar que o movimento será iniciado à meia-noite do próximo domingo (30). Permenece a expectativa.
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