segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Especialista brasileiro em fraudes e crimes virtuais alerta sobre o Second Life

Advogado especializado em fraudes, lavagem de dinheiro e ciber-crimes, e sócio de um dos escritórios mais tradicionais do Brasil, diz que criminosos estão se especializando em agir através dos mundos virtuais.

Em entrevista recente ao InvestNews, o advogado Otto Eduardo Fonseca de Albuquerque Lobo, 40 anos, sócio de um dos mais tradicionais escritórios do País e também representante brasileiro da Fraudnet -- uma entidade criada Câmara de Comércio Internacional com o intuito de combater fraudes, lavagem de dinheiro e ciber-crime, indica quais os tipos de fraudes mais comuns na atualidade e alerta para a especialização cada vez maior dos criminosos, que agora utilizam mundos virtuais como o Second Life para roubo e lavagem de dinheiro. Acompanhe trecho desta entrevista:

InvestNews – Quais os tipos de fraudes mais comuns hoje no Brasil e no mundo?

Lobo – Estatisticamente é certo que todas as empresas, nacionais ou estrangeiras, já foram vítimas de fraude nos últimos dois anos. É certo também que cada uma dessas empresas será novamente vítima de fraude nos próximos anos. Nos Estados Unidos, as perdas por fraudes ocorridas em empresas superam US$ 500 bilhões por ano. Pesquisas demonstram que as formas de fraude que causam maior prejuízo às empresas no Brasil são as efetuadas através do uso de cheques e documentos adulterados, do furto de ativos e do uso indevido de contas de despesas. É muito comum que os empresários brasileiros desconfiem de seus próprios empregados, os qualificando como grande ameaça de fraude, o que pode se mostrar verídico em alguns casos, mas não em sua maioria.

Fora isso, a espionagem industrial também se tornou uma grande preocupação nas empresas brasileiras e estrangeiras nos últimos tempos. Contudo, nenhum desses tipos de fraude mencionados têm crescido tanto quanto a fraude bancária realizada através da internet nos últimos anos em nosso País e no mundo, se configurando atualmente como um grave problema generalizado.

GZM – A tecnologia acaba sendo uma faca de dois gumes quando se trata de dar maior segurança às operações das empresas e deixá-las em situação de maior risco?

Lobo – Há atualmente o emprego de novas tecnologias por parte tanto das empresas como de órgãos estatais com o objetivo de diminuir a ocorrência de fraudes através da proteção dos próprios sistemas das empresas. Outra forma é o processo de busca de fraudadores através do uso de programas capazes de cruzar informações técnicas com maior celeridade, por exemplo.

No entanto, atualmente a demanda por maior tecnologia, principalmente através da disponibilização de serviços pela internet, não pára de crescer. Pode-se inclusive dizer que não é mais uma opção da empresa a utilização desses tipos de serviço com o uso de tecnologia e internet porque, afinal, já faz parte da cultura dos consumidores a utilização deste meio. Dessa forma, mesmo que as empresas invistam pesadamente em tecnologia para reverter esta situação de crescimento de fraude através da internet, elas se tornam cada vez mais expostas aos fraudadores que se especializam em meios tecnológicos e são capazes de aprender a driblar praticamente qualquer mecanismo de defesa virtual depois de um certo tempo de uso, gerando, assim, uma enorme demanda de atualização. Um exemplo de tal situação seriam os serviços bancários oferecidos pela internet que, apesar da adoção de novas tecnologias de defesa, são incapazes de evitar que fraudes aconteçam. A nova onda de casos de fraudes ocorridas em populares mundos virtuais como o “Second Life” também exemplifica o nível de sofisticação alcançado por esses criminosos.

Clique aqui para ler a íntegra desta entrevista.

Escrito por Gilmara Santos e Laura Ignacio, para o InvestNews.
Publicidade:

Um comentário:

Anônimo disse...

A começar pelas ilhas(várias brasileiras no Top) com "bot campings", usados para aumentar o "traffic points". Cade a interatividade do Second Life?