sexta-feira, 13 de julho de 2007

Um deserto de marcas reais
Por Jean Liberato*

Não é incomum ver marcas famosas dentro do metaverso, porém, é raro ver marcas sendo trabalhadas de forma séria e interativa.

Amigos leitores, serei muito crítico nesta semana. O tema Second Life é, sem dúvida, uma das coisas mais atraentes do mercado de mídia e tecnologia da atualidade. Mas isso tem causado uma onda de investimentos cegos, ou ainda, mal orientados. Não é incomum ver marcas famosas dentro do metaverso, porém, é raro ver marcas sendo trabalhadas de forma séria e interativa, como se propõe o Second Life.

Isso ocorre pela voracidade das empresas de publicidade e mídia digital que estão promovendo uma verdadeira "corrida do ouro" em busca dos nada modestos investimentos. Esta "corrida do ouro" tem se demonstrado um absurdo sem lógica, que explora insanamente os recursos daqueles que seriam os pioneiros em investimentos reais no Second Life.

Esta exploração sem planejamento do sistema me preocupa, pois poderá minar a confiança dos investidores que buscam público e audiência, mas encontram verdadeiros desertos onde suas marcas são depositadas sem a menor preocupação estética ou estratégica. Estas agências de comunicação, estranhamente, esqueceram de entender o sistema e não conseguem se comunicar de fato com a audiência do Second Life.

Não basta abrir uma loja virtual, construir sua sede de empresa em qualquer lugar e pronto. Você está no Second Life! Não é assim que funciona. Se você não escolher bem a empresa e os profissionais que farão sua marca viver no Metaverso, poderá ter surpresas nada agradáveis. Grandes empresas de mídia digital nem sempre são os detentores do know how necessário para uma boa campanha no Second Life. Pois, ao se preocuparem com a exploração imediata desta nova mídia, não primaram pelo conhecimento prévio do sistema e, conseqüentemente, oferecem produtos de baixíssima qualidade, com construções mal feitas, muitas vezes adquiridas em pacotes gratuitos (os famosos freebies) e remodeladas com marcas dos clientes, que não sabem o que realmente é esta nova mídia.

Falta seriedade e compromisso. O Second Life é algo maior do que se apresenta. É a mídia do futuro e assim deve ser encarada. Devem ser investidos tempo e recursos no aprimoramento das capacidades técnicas e estratégicas do sistema. Muitas campanhas chegam a custar mais de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para apenas se colocar um ambiente modelado de forma amadora, com marcas do investidor. A pergunta que faço é: Até quando teremos esse mercado exploratório? Esta não é a proposta dos verdadeiros mantenedores do Second Life, nem daqueles que o encaram como uma mídia séria. Não é um jogo, não é um produto oportunista e não devemos concordar com estas atitudes que exploram descaradamente investidores que acreditam ser viável o Second Life e estão cobertos de razão.

O investimento sério no Second Life, deve seguir alguns pontos:

Primeiro: Exija qualidade de construção. Não entregue sua marca e empresa nas mãos de pessoas que não sabem ao menos urbanizar um ambiente. A construção 3D do Second Life é totalmente diferente da construção 3D usual. Não se utilizam softwares como 3D Max ou 3D Studio. A produção é feita no próprio sistema, manualmente e são poucos os especialistas nesta área no Brasil. Olhe o portfólio do seu fornecedor e verifique com quais produtoras trabalham. Não aceite qualquer produtora, as melhores são donas de ilhas privadas (pequenas cidades no metaverso), onde podemos ver sua qualidade.

Visite alguns exemplos de ilhas que servem de referência de boa construção: Help Brasil, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Búzios, SP Jardins, Bahia e Jogos Panamericanos.

Segundo: Visite o local onde irá investir e acredite que se ninguém estiver lá naquele momento é porque algo errado está acontecendo. A audiência do Second Life está longe das mídias convencionais. Se você espera lucrar financeiramente com a exposição de sua marca no Second Life, não será o momento para isso. Não existe público para experiências de B2C neste momento. Vivemos um momento de posicionamento e aquisição de conhecimentos das especificidades do sistema. Portanto, como um pioneiro, seu lucro virá em conhecimento e, principalmente, pela forma que a sua campanha será conduzida internamente.

Terceiro: Interatividade é a alma do negócio. Não basta estar lá. Precisa fazer acontecer. Desenvolva uma estratégia, utilizando o Second Life como uma "ferramenta meio", nunca como uma "ferramenta fim" de comunicação. Explore as possibilidades e busque replicar sua mensagem de forma simples, para ultrapassar as fronteiras do metaverso. Um grande exemplo do que falo, foi a presença do U2 no Second Life em Janeiro deste ano. O vídeo oficial do show já foi assistido por mais de 500.000 pessoas no You Tube!

Este é um exemplo de utilização acertada do Second Life, como meio de produção da mídia espontânea, que atingiu milhões de pessoas, entre a divulgação espontânea do evento na grande mídia mundial e o público que busca este conteúdo na Internet.

Quarto: Valores nem sempre garantem qualidade. Não invista somas expressivas, apenas porque uma agência ou produtora diz ter condições de fazer o que você deseja. Visite os espaços destes fornecedores, olhe você mesmo, de sua casa, onde querem colocar sua empresa e como estará a sua marca nestes locais. Se você não gostar, muita gente também não gostará.

Quinto: Contrate um consultor de estratégias especialista no Metaverso, pois o Second Life é totalmente diferente das mídias convencionais, incluindo a Internet. Uma campanha pensada em Second Life, não deve se resumir a locais que dão dinheiro aos avatares ou em ilhas cheias de marcas, mas totalmente abandonadas pela audiência que consumirá a mensagem da empresa. Muitas vezes, nestes locais, tenho a impressão de que um fardo de feno passará rolando na frente do meu avatar, como nos filmes de Bang Bang.

Estas são algumas dicas para você que pensa em investir no Second Life ficar um pouco mais tranqüilo. É, de fato, uma mídia pioneira e é a referência para o padrão de navegação 3D na Internet. É apenas uma questão de tempo para esta forma se popularizar. Evite os "desertos de marcas reais" que existem e busque inovação, boas construções, criatividade e interatividade. As pessoas querem vivenciar uma experiência de imersão na sua marca, pois o conteúdo lúdico é o combustível que move este novo mundo.

Mas podemos resumir em apenas 4 palavras a definição de sucesso do seu investimento no Second Life: Planejamento, Criatividade, Qualidade e Interatividade.

Nos vemos no Second Life!

*Jean Liberato (Avatar: Liberato Lindman), 32 anos, é formado em Direito. Gerente de Negócios da Studiografics, empresa especializada em construção 3D e mídia digital. Também é fundador da consultoria "SL GURU" especializada em ações e estratégias empresarias no Second Life. E-mail: jeanliberato@gmail.com

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu também diria que as melhores ilhas são as que minha empresa fez. Colocou algumas de fora pra disfaçar.
Tua opnião foi ótima tirando a propaganda descarada e narcisista em relação a empresa que tu representa.

Anônimo disse...

Então 'Anônimo', por que você não fala quem é?... põe seu nome e dá as caras. Se assinou esse comentário como 'anônimo' é porque de fato tem algo a esconder.

Unknown disse...

pra mim o que estragou foi o jabá também.

se é assim vale falar aqui que a ilha do Virgula ainda é a melhor opção, empresa de marketing Viral, Radio e Web e uma das primeiras colocadas no rank brazileiro.

Um pequeno exemplo foi a ação do pânico na festa da globo, o show do NxZero.

Quanto à construção 3d, existe sim no Second Life, mas poucos usam, ainda mais brasileiros. Tenho contato de algumas pessoas que fazem (gringos).

Anônimo disse...

o second life um negocio real! no mundo degital, mas muitas pessoas
naum pensa assim eles acha q eh sò mais um jogo qualquer.
mas no momento que todos ver q isso naum eh assim todo vai mudar.
vamus mostra pras pessoas q isso da pra ser melhor q um jogo e naum è um jogo!!!
temos q ter responsabilidade com oq fazemos no second life
coisa que muitos naum tem,sò pensa em baladas e outras coisas isso que muitas vezes faz com q as pessoa veja o second lefi por outro lado
vamus manter uma responsabilidade sò assim as pessoas vai ter consiencia que isso naum eh um jogo e sim uma forma de divulgaçaum de marcas e empresas reais no mundo virtual
consiencia eh tudo q tevemos que ter
esta é minha opiniao.

Anônimo disse...

Excelente coluna Liberato, está de parabéns !!
Concordo com tudo que disse ;)
Esse comentario do anonimo pode até ser valido se ele fosse homem o bastante pra dar a cara e mostrar quem é !!
como se escondeu entao alguma coisa tem de errado mesmo podem ter certeza disso!
Bom, se houve jabá ou nao ja nao sei, mas oq posso dizer é que a Studio Grafics hoje é a melhor empresa de contruçoes do second life, disparada !!
e se é a melhor empresa entao pq ele indicaria outra ??
e como ele mesmo disse acima: aqui vao "ALGUMAS" e nao "TODAS" as ilhas !!
So vem aqui mesmo pra parabenizar o Jean e colocar a minha indignaçao com pessoas q procuram um "Pelo em OVO" pra fazer uma critica !! ;/
abraço a todos

Anônimo disse...

Muito interessante a matéria, pois trabalho com CG há muito tempo e prezo pela qualidade dos ambientes tanto na Arquitetura quanto em Games.
Sobre a questão de ter colocado algumas ilhas da emrpesa, como disse o anônimo, acho que ele tem um pouco de razão, porque para mim existem outras ilhas de muita qualidade e gerenciamento, embora a maioria delas não as tenha.

De outra forma quero Parabenizar o studio pelas suas ilhas que estão de alto nível. É disto que precisamos no SL, nivelar por cima. Não é porque temos liberdade no mundo virtual que podemos fazer qualquer coisa... ou podemos, mas ai nos responssabilizamos pelas consequências.

[]s