quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Especialistas brasileiros afirmam que falta serviço no Second Life

"Falta às empresas entender melhor a experiência do usuário no Second Life. O que ele vai fazer lá e como vai interagir?", disse Emiliano de Castro.

A oportunidade de negócios no Second Life deve ir além de colocar placas e prédios no mundo virtual, que reúne 8,8 milhões de residentes, dos quais 500 mil no Brasil. "Falta às empresas entender melhor a experiência do usuário no Second Life. O que ele vai fazer lá e como vai interagir?", disse Emiliano de Castro, diretor de marketing do Second Life Brasil.

Castro apresentou diversos exemplos de empresas que estão explorando o metauniverso como fonte de receita e relacionamento com seus consumidores. Uma delas é a Adidas, que permite ao avatar visitante experimentar um novo produto, que o faz saltar bem alto no Second Life. Caso goste do par de tênis, ele pode ser adquirido com a moeda linden, convertida em dólares, e entregue no mundo real. Mensalmente, ocorrem 14 milhoes de transações financeiras no Second Life. Outro caso apresentado na palestra de Castro para os convidados do Info CIO Meeting, no auditório do Club Med Trancoso, foi da Citröen, que oferece a experiência de um test-drive de um carro a ser lançado no mundo físico.

Testar mercados, produtos e serviços é uma das principais vantagens do uso corporativo do Second Life, segundo Carlos Seabra, diretor de tecnologia e projetos do Ipso, Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos. "Há uma bolha em torno do Second Life, que vai estourar para as empresas que só colocarem suas marcas lá. O CIO deve se apropriar desse mundo, e criar novas aplicações, como se o Second Life fosse um sistema operacional", diz Seabra.

Uma de suas recomendações para essa apropriação é desenvolver projetos, em vez de delegá-los a terceiros. "O ideal é que o atendente de um banco no Second Life seja mesmo um funcionário da instituição, para evoluir os serviços", disse Seabra. Na opinião dele, os executivos também poderiam aproveitar o universo virtual para reuniões de trabalho, em ambientes fechados no Second Life, a exemplo do que faz a IBM, ou elaborar interfaces que acionem tarefas a distância, como acionar uma máquina física em um chão de fábrica.

Para criar ambientes corporativos no metauniverso, do ponto de vista técnico, basta instalar os scripts em um servidor local. O desafio é proteger a empresa virtual de avatares mal intencionados e robôs que captam dados alheios. "O Second Life traz novos desafios de segurança em relação a fraudes, apropriação indevida de marca ou conteúdo e também em questões trabalhistas, pois o avatar é de propriedade da empresa não do funcionário", afirma Seabra.

Origem: INFO Corporate
Foto: Charô

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