terça-feira, 14 de agosto de 2007

Second Life é um espaço vazio e solitário, revela jornal italiano

O La Reppublica afirma que dez mil ilhas e construções fantásticas sofrem com falta de visitantes e, em certos casos, total abandono.

O Second Life não é bem o que dizem e se parece mais com um mito utópico. Inaugurado em 2003 pela Linden Lab, o espaço virtual é, na realidade, um lugar solitário e cheio de catedrais sempre vazias, segundo artigo publicado nesta segunda-feira pelo diário italiano La Reppublica. Dez mil ilhas e um conjunto de edifícios fantásticos, erguidos para atrair consumidores de todo o planeta, estão quase todos abandonados. A grande maioria dos habitantes prefere os sex shops e as discotecas. Isso é o que garante a revista Wired, que coloca em dúvida os dados fornecidos pela Linden Lab. O sisudo diário inglês The Guardian, em sua edição de 21 de dezembro último também desmistifica o sonho: dos quase 9 milhões de habitantes, 85% teriam entrado na comunidade apenas uma vez e não mais retornado.

Ilha Venice, quase não registra visitantes

Dos habitantes que sobram, pelo menos a metade deveria ser descontada, já que ter dois ou mais avatares no Second Life é uma prática tão comum quanto ir aos night clubs. Assim, pensar sobre os números divulgados pela Linden e o que se observa em SL leva a um cálculo mais realista da população real (no mundo virtual): são cerca de 300 mil pessoas. Empresas como Coca-Cola, Nike, IBM, Microsoft, Nissan e Sony gastaram milhões para construir suas sedes virtuais no Second Life. O gasto vai dos US$ 10 mil por uma apresentação e um concerto a meio milhão de dólares ao ano por uma ilha superequipada e cheia de arranha-céus cintilantes, considerando-se os valores fornecidos pela Electric Sheep ou pela Milions of Us, empresas especializadas na área das construções virtuais.

- Parecia ter entrado no filme O Iluminado. Não havia ninguém e não havia nada para fazer - recorda Michael Donnelly, chefe da divisão de marketing interativo da Coca-Cola. Donnelly, todavia, decidiu gastar centenas de milhares de dólares no Coke's Virtual Thirst Pavillion apenas porque "se fala muito do Second Life", confessou. Apesar da popularidade na mídia, é um investimento que não parece ter muito sentido. Sobretudo sabendo que o mesmo Donnelly patrocinou um concurso no Yahoo! Vídeo assistido por quase 6 milhões de pessoas, enquanto na sua ilha virtual em Second Life passam apenas cerca de 15 usuários por dia.

- Muitos dirigentes vivem um verdadeiro terror. Crescemos com um modelo elementar, aquele dos spots de trinta segundos para circular na televisão, que hoje não funciona mais". Há necessidade de encontrar novos veículos para atingir os consumidores - explica Joseph Plummer da Advertising Research Foundation, que desde os anos 1960 estuda o mundo da publicidade.

Origem: Correio do Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

A Nike entrou no Seconde Life?! Desde quando?! Alguns falam que a Linden Lab mente os números do Second Life mas, está lá no site os mesmos números que a mídia insiste em dizer que eles escondem! Xi! Isso cheira a intriga da concorrência! Reportagem paga pelo pessoal do WOW talvez?